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Sessão ae 17 de Maio de 1921

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Os Srs. Jorge Nunes e Ferreira da Rocha disseram que o projecto apresentado sobre redução de despesas era vago. Não é tam vago que não possa ser atingido por quem tiver os conhecimentos e a prática de legisladores. Só não compreende quem não quero.

Por aquelas razões a que já se referiu, toda a gente reconhece que não pode deixar de haver uma direcção geral.

Cm país como o nosso, que tem de colocar os seus produtos no estrangeiro, é preciso que tenha um,serviço devidamente montado.

Já disse na sessão passada que tinham ingressado no Ministério da Agricultura serviços que pertenciam ao Ministério dos Abastecimentos.

Mas, por mal de todos os pecados, meteram no Ministério da Agricultara os funcionários que vieram do Ministério dos Abastecimentos, funcionários que eram filiados no Partido Liberal; e aqui na Câmara uma das vozes que só levantaram no Parlamento contra o ingresso destes funcionários no Ministério da Agricultara era do Partido Liberal.

É notório que depois de Monsanto o número de funcionários aumentou extraordinariamente, com a criação de novos serviços, agravando consideràvelmente as finanças públicas, E absolutamente indispensável arripiar caminho. Os serviços têm de ser remodelados por forma que traduzam uma palpável redução de despesas. Sem isso, não é possível resolver a situação que aflige o país, nem é possível exigir do contribuinte aquilo que há necessidade de lhe pedir.

A sua proposta reduzindo a duas direcções gerais os serviços do Ministério da. Agricultura obedece a essa orientação.

Não há juanoira de nos impormos perante o país senão fazendo economias.

Toda a gente neste país exige dinheiro sem olhar para a situação do Tesouro, parecendo que não tem a noção do momento que se atravessa. A hora é de sacrifícios, mas para todos

O orador declara que não quis fazer política nem quis fazer um discurso. Devo dizer ao Sr. Jorge Nunes que ao apresentar a sua proposta não o determinou nenhuma má vontade para quem quer que fosse. Não o move qualquer ódio a qualquer pessoa que desempenhe o lugar de

director geral. Xão tem ódio a ninguém; e, quando o tivesse, nunca se aproveitaria do seu lugar para o satisfazer.

Além disso, o funcionário a quem S. Ex.a se queria referir foi quando ele orador teve a honra de gerir a pasta da Agricultura em 1913, um dos seus melhores colaboradores ; e reconhece que ele é um dos funcionários mais trabalhadores.

Mas é realmente ridículo que um país tam pequeno tenha tantos directores gerais ; directores em duplicado para o mesmo serviço.

Se a sua proposta se refere só ao orçamento do Ministério da Agricultura é porque só o orçamento do Ministério da Agricultura está em discussão. Isso não quere dizer que ela não seja extensiva ao Ministério dos Estrangeiros, como a qualquer outro quando se realize essa discussão.

Quem lá fora ler o que se passa nesta, casa do Parlamento, e que muitas vezes não vem com aquele desenvolvimento que era para desejar, podo imaginar que ele orador não preza a agricultura do seu país, quando pelo contrário entende que se deve aumentíir quanto possível a produção e que o Estado deve ajudar, no que puder, o seu desenvolvimento.

Ele orador já explicou à Câmara as razões porque entende que duas Direcções Gerais são suficientes. Quando apresenta qualquer proposta à consideração da Câmara pesa-a sempre antes de a apresentar.

Não se pode abstrair da opinião pública, embora muitas vezes ela ande transviada.

S. Ex.a o Sr. Cunha Leal sabe bem quanto custa no nosso país, quer aumentar as reco't.-.i quer comprimir as despesas.

Se esta proposta não tivesse outro mérito bastava o da sondagem feita ao Parlamento. E deve dizer que essa sondagem nSo podia ter melhores resultados.

Verificou-se no decorrer da discussão que todos acham de imprescindível necessidade reduzir as despesas e aumentar as receitas,