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Diário da Câmara dos Deputado t

O Sr. Cunha Leal (interrompendo}:—E esse alguém tem o dever de se sustentai-no Poder por uma razão muito simples: para que se não creia que deixando o Poder preparara apenas uma transição para a oposição.

O Orador: — Nunca fugiu à responsabilidade dos seus actos. Nunca o afugentam as palavras sejam de quem for. Procura sempre cumprir o seu dever, o julga que ó uma situação mais degradante para um homem público conservar-se no Poder quando vê que não pode cumprir o seu dever, do que sair desse mesmo Poder, porque então maiores serviços poderá prestar.

O Sr. Cunha Leal: — Quando eu estive nesse lugar uns quatro meses, tive ocasião de anunciar ao país que o câmbio devia melhorar o podermos íazer alguma cousa. Neste momenso faltou-me o apoio. Eu sei como é dolorosa a falta desse apoio; e por isso não quero que S. Ex.a a siuta.

Tem-se procurado dizer que há gran-dss iniquidades. Algumas existem de facto. E a verdade perante os factos é que sendo o regime democrático, nem toda a gente o compreende.

Não se lamenta; simplesmente lamenta que não se cortem algumas verbas, embora sejam incluídas no capítulo material.

A redução de quadros não é tam simples, não é tam fácil de resultados, como parece a -muitos e mesmo a alguns parla-mentares;

Não. É que cada adido que vai ocupar uma vaga no serviço de outro Ministério, liberta logo o orçamento durante o primeiro ano.

jii vulgar dizer-se em Portugal que os contribuintes não estão dispostos a dar mais dinheiro para se aumentarem os quadros dos funcionários.

Ele, orador, é de opinião que se deve acabar de vez com esta lenda e que se deve seguir o caminho que indicou, isto é, fazer-se a vontade a todos aqueles que têm de pagar. E a este propósito recorda-se de uma frase do seu velho e bom amigo, o Sr. Afonso Costa, que dizia que se devia ter respeito pelo eminente contribuinte. Assim, ter respeito pelo eminente contribuinte, é fazer-lhe ver que o que ele

tem de pagar ó para atenuar em parte o grande déficit que nos assoberba e não para esbanjamentos.

Ainda não há muito foi ôle, orador, instado por várias pessoas para que umas criaturas de uma determinada r3partição fossem classificadas como ^segundos oficiais, dizendo-lhe que isso não traria aumento de despesa para o Estedo, pois que isso apenas representava uma honraria.

Quere dizer : agora pediam apenas isto; mas depois natural era que viessem pedir os ordenados correspondentes a segundos oficiais, que, com a subvenção que actualmente existe para os funcionários, representava uma honraria um pouco cara.

Aqui tem, pois, a Câmara as razões que o levaram a apresentar o projecto que se encontra em discussão.

Ele, orador, poderá ser atacado e discutido, muito principalmente por todos aqueles que não gostam deste projecto e que possam ser atingidos por ele; porém a sua opinião é de que se torna absolutamente necessário fazer e imediatamente aquilo que é mester que se faça e que é de justiça.

Diz isto com toda a sinceridade, estando certo de que o Sr. Ministro da Agricultura será o primeiro a fazer-lhe justiça e a acreditar que quando fala é sempre com sinceridade.

Ele, orador, revolta-se contra este sistema de alterações constantes nos serviços públicos, pois que até já se 1êm -feito e desfeito organizações de Ministérios sem se saber o ver se elas dariam resultados. (Apoiados).

O país nada tem ganho com isso.

Incomodou-se o Sr. Ministro da Agricultura por parecer que havia na proposta do orador uma má vontade, não contra 3. Ex.a, mas contra os serviços do seu Ministério, visto que esta sua proposta não se referia a outros serviços, e só aos do Ministério da Agricultura.

Procedeu assim porque a proposta existente não lhe dava garantias e já tinha o •precedente da lei n.° 971-

Apartes.