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Diário da Câmara doí Deputados

Maria da Silva, o que é que nos espera se a sua tentativa não for levada a cabo? vSe o Sr. Ministro das Finanças fracassar, se S. Ex.a se não aguenta, se não é apoiado fortemente pela Câmara, que esperanças poderemos nós ter de regeneração nacional?

Se a tentativa falha, mal vai para nós, porque não é o Sr. Ministro das Finanças apenas a vítima, como eu fui. Somos todos nós.

Porque assim penso, e já uma vez das cadeiras do poder clamei a redução das despesas, eu quero dizer qual ó a minha forma de pensar.

Tinha eu chegado há pouco de França quando em Portugal se criou o Ministério da Agricultura. Portanto assisti um pouco à nascença desse organismo e sei que lentamente, pouco a pouco, chefes de repartição se transformavam em directores gerais, com os respectivos vencimentos.

Isto não tem grande importância para o Orçamento do Estado, mas o que é certo é que hoje quási desapareceu a hierarquia no funcionalismo, chegando as classes de cima a viverem na miséria.

,; Teremos nós a coragem de os discutir? Não; porque as condições de vida estão de tal forma que a vida nessa sentimentalidade não consentiria essa violência.

E devemos reparar noutra cousa. O Ministério da Agricultura surgiu e cresceu das forças vivas.

É no Ministério da Agricultura que existe um grande luxo, um excesso de grande burocracia, um respeitável número de directores gerais, como não há em qualquer outro Ministério.

Fernandes de Oliveira, que foi escolhido pelos próprios agricultores como seu Ministro, não pode subsistir. Este Ministério,. onde têm estado na sua maioria represen-tautes das forças vivas, é*acuele que se instalou mais luxuosamente, com maior exibição de directores gerais —e de lamentar é que os seus directores gerais não tenham manto bordado a ouro, de maneira que de manhã fosse presenciada a entrada solene para o seu Ministério desses directores gerais— é o primeiro por onde devem começar as economias. E por isso deve ser simplesmente suprimido.

O Ministério da Agricultura cresceu tam rapidamente, com um tal desenvolvimento de burocratas, com um luxo asiático de funcionários, que logo de começo se fez para ele a nomeação de oito directores gerais que com o Secretário Q-etal perfazem o número de 9.

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Eis porque, além de todas as outras razões, no meu espírito colheu a idea do Sr. Ministro das Finanças, concretizada na proposta ontem apresentada com o fim de diminuir despesas.

Mas esta supressão de despesas não basta. Não teria importância se ficássemos por aqui.

Precisamos de comparar as previsões orçamentais das receitas com as despesas que se antolham.