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Sessão de 17 de Maio de 1921

O Sr. Ministro das Finanças ha-de aproveitar todos os meios para não pagar e poder guardar nos cofres do Estado importâncias que deviam de lá sair.

Eu devo dizer francamente que considero isto uma manha de merceeiro, o que se não pode admitir de forma nenhuma adentro da República.

Vamos, Sr. Presidente, entrar na apreciação do orçamento do Minis tário da Agricultura na especialidade, e assim te-reinos ocasião de verificar como serão aplicadas várias taxas.

Infelizmente, Sr. Presidente, quando nós devemos reforçar as verbas de material, r-eduzimo Ias à expressão mais simples, porque hoje o Estado não ganha para pagar aos seus funcionários. Mas isso não ó defeito exclusivo do Ministério da Agricultura, é um mal que ataca todas as administrações, e que não é um resultado da obra da República, mas uma consequência ló"gica dos hábitos deste povo, que, embora tivesse mudado de regime, não mudou de educação.

Sr. Presidente: eu não sei até que horas V. Ex.a tenciona manter a sessão aberta, porque desejo fazer a análise do orçamento do Ministério da Agricultura na sua especialidade, e não quero ...

O Sr. Presidente: — O que está em discussão é a generalidade.

O Orador : — Sr. Presidente: eu quero fazer com cuidado a análise desse orçamento, porque tendo passado por esse Ministério, tive ocasião de reconhecer quão valiosos são os serviços prestados por todos os seus funcionários, e quanta importância tem a sua obra de regeneração, extensiva a todo o país, porque há-de ser por aquele Ministério que podemos fazer unia obra grandiosa quê honre a República e os seus processos.

Mas, Sr. Presidente, sinto-me entristecido, ao ir iniciar o estudo de um orçamento que não sei se será já cousa morta, ou se, pelo contrário, irei apreciar um documento que não é mais do que a concretização duma obra a realizar.

En devo confessar que o Sr. Presidente do Ministério procurou tranquilizar-me, afastando absolutamente a idea duma crise ministerial, mostrando que estava assente uma solução airosa para o Ministério, e

portanto resolvido o conflito entre o Sr. Ministro das Finanças e o da Agricultura. Mas, apesar dessa declaração, eu ainda neste momento não sei se a boa doutrina prevalecerá, e, conseqúentemente, se valerá a pena estudar este asíunto com a atenção que lhe quero dedicar.

Aguardo a resolução da Câmara, a propósito da proposta do Sr. Ministro dos Finanças, para continuar a apreciar este documento, quando se entrar na discussão na especialidade.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, quando o orador haja devolvido as notas taquigráfi.cas.

O Sr. Presidente: — Está interrompida a sessão, para recomeçar às 21 horas e 30 minutos.

Eram 19 horas.

O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão.

Eram 22 horas e 20 minutos.

O Sr. Cunha Leal: — Estranho que o Sr. Ministro das Finanças não esteja presente ; e, por isso, hesito em falar sem a presença de S. Ex.a, pois tenho de apresentar uma moção que diz respeito à proposta do mesmo Sr. Ministro.

O Sr. Presidente:—Está presente o Sr. Ministro da Agricultura.

O Orador: — Sr. Presidente, com grande pasmo meu, depois do que o Sr. Ministro das Finanças aqui disse, estranho que S. Ex.a aqui não esteja (Apoiados).

Talvez V. Ex.a pelo telefone pudesse avisar S. Ex.apara aqui vir, pois não falo sem "a presença de S. Ex.a

Pausa.

Entra na sala o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Presidente:—Pode V. Ex.a continuar no uso da palavra.