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Diário da Câmara dos .DepúÍádti&

daménte repetir os pòntoj» mais importantes.

. Já sou parlamentai* antigo c só- agora pela .primeira vez assisti a nina discussão entre dois ministros, cada um com o sou critério diferente.

É uma questão qUe se poderia explorar; itiás iiao d faço. Não basta defender a doutrina do bota a baixo, isso é unia tarefa fácil, mas não devemos demolir.

Nos hão pretendemos contestar a necessidade de .estabilizar os serviços pú-blieds, nlàs estabilizar os serviços públicos não o poderemos conseguir do modo como 'quer fazê-lo o Sr. Ministro das Finanças.

Já ontem tive ocasião de d izer q ue dessa proposta não resulta a economia dam centavo, e ela acenas importa uma declaração vaga de que é necessário comprimir as desposeis^ reduzindo a duas as direcções do respectivo Ministério, com a mesma facilidade corn quê podia reduzidas a quatro ou a uma.

Diz O Sr. Ministro das Finanças que se rediiz pára duas direcções com a mesma facilidade com que eu as elevei de número.

Eu fui encontrar chefes de repartições com atribuições tam largas como os directores dos Miniâtéíiós, e eu fui dar os vencimentos correspondentes à categoria dos serviços que tinham de desempenhar, que na maioria eram de natureza técnica, estando à frente desse Ministério, que é técnico, funcionários técnicos, e não po-deúdo por isso terem Uma categoria inferior a outros directores dos vários Ministérios, que aliás têm uma preparação menos demorada do qtie as desses directores.

Í)é modo que S. Ex.a podia referir-se ao número dê direcções, mas não podia dizer que aumentei^os vencimentos dos respectivo^ funcionários pois que o que eu fiz foi igualar categorias.

Eti já fui ditador duas vezes, e podia ter feito reformas nos respectivos Ministérios, porque fui para isso solicitado muitas vezes; mas não o fiz.

•Neste País-cria-se muitas vezes a função para o indivíduo e procura-se uma função para-determinado cavalheiro.

O que se dá nos Ministérios dá-se em todos os serviços públicos^ e isso é realmente o que se chama uma funçanata, ú começar por esta casa.

Dizia-me ontem um colega meti, UIL. espírito do bastante elevação nesta Câmara, digno de toda a consideração, que nesta Câmara há duas classes de Deputados, uns que são funcioiiários públicos, outros qUe o não .silo.

Alguns liSo vêm à Câmara porcfue são funcionários e não vão à Repartição porque são Deputados, rna$ recebem os seus vencimentos.

Aqdeles que não são funcionários sofrem o desconto do subsídio se não vêni à Câmara, emquanto que os que são f u h ciouários não sofrem descontos alguns.

Há também alguns Srs. Deputados que recebem por esta Câmara a diferença dos seus vencimentos parft o subiiídio e qud não sofrem descontos tatnbém.

Isto também carece duma medida especial, para que tudo isto se ponha num pôde igualdade moral.

O Sr. Ministro atirou-se aos homens públicos que o antecederam, como S. Tiago aos mouros.

Suponho que S. Ex.a reconhecendo os erros próprios, começou por no-los confessar e só então se encheu de autoridade para exigir dá Câmara uma f rovidôncia da qual resultasse para a sua obra e dos outros a sanção devida e na devida oportunidade.

O Sr. Ministro -das Finanças caiu, é quando digo caiu não me refiro, evidentemente, à sua queda do Ministério, porque é meu desejo que durante muitos anos e bons "S. Ex.a não desminta a frase já hoje de todos conhecida do ifeu ilustre Presidente, de que pelo menos cinco anos estará no Poder.

Que enorme prazer ou sentirei vendei o Sr. Bernardino Machado durante cinco anos na Presidência do Ministério, acolitado pelo Sr. Ministro dás Finanças, meu velho amigo, pára que S. Ex.a ponha em prática os seus pontos de vista, que não são precisamente, nem cousa aproximada, os seus pontos de vista de ontem. Pela boca morre o peixe, e S. Ex.a quási que ia morrendo ontem.

O Sr. Ministro das Finanças atacou tudo e todos porque reformaram, porque nomearam, porque pejaram as repartições públicas de inúteis.