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Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Beruardino Machado): — É simples. O Sr. Ministro das Finanças, sob o ponto de vista financeiro, disse a sua opinião que é no sentido de se fazer o máximo das reduções. O Sr. Ministro da Agricultura, sob o ponto de vista técnico, há-de falar. Finalmente lião-de chegar a acordo.

(Risos).

O Orador:—Aqui temos tudo explicado.

A Câmara poderia dizer que eu já estava a explorar unia situação de desacordo entre o Sr. Ministro das Finanças e o Sr. Ministro da Agricultura, para estabelecer mais fortemente a desarmonia ministerial; mas felizmente o Sr. Presidente do Ministério facilmente apreendeu o que sé passava e com aquela fraternidade que lhe é peculiar, mostrou logo a forma de tudo se arrumar.

São apenas duas teses. Uma posta pelo Sr. Ministro das Finanças, outra posta pelo Sr. Ministro da Agricultura.

O que resulta?

Resulta que ficaremos todos de acordo, mas sem se saber o que se quere. . j Ainda bem que estamos todos mais uma vez de acordo!

(Risos').

O Sr. Presidente do Ministério o Ministro do Interior (Bernardino Machado): — E por isso que o Ministério há-de durai-os tais cinco anos.

O Orador: — Desde que o Ministério há-de durar cinco anos, já todos poderemos viver descançados.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Bernardino Machado): — Será um susto para muita gente, mas é um bem para o país.

O Orador:—Estou convencido disso.

Estamos na discussão do orçamento do Ministério da Agricultura, mas a verdade é que até agora o que se tem discutido é a proposta do Sr. Ministro das Finanças.

Quando se discutir o orçamento na especialidade eu também hei-de dizer o que entender, mas uma cousa devo acentuar:

é que sendo também do número daqueles que entendem que ó indispensável comprimir as despesas, eu hoje discordo da proposta do Sr. Ministro das Finançss, porque, como bem disse o Sr. Presidente do Ministério, ela não passa duma tese.

Não se vê em tal proposta nenhuma cousa de que resulte diminuição de despesa num centavo sequer, como já disse.

Ela simplesmente manifesta a, opinião de que deverão ser reduzidas a duas as direcções gerais do Ministério da Agricultura.

^Mas quais ?íío as que deveu, desaparecer? Ninguém sabe.

Não sei com qual o Sr. Ministro das Finanças simpatisa mais.

A este respeito eu pregunto a V. Ex.a:

Não vejo aqui um único artigo que se refira ao assunto.

Desde que no Ministério da Agricultura existe um secretário geral e um director geral,V.Ex.asestão a vero que resultará.

Como V. Ex.as vêm, a proposta diz apenas que ôles ficam adidos, nada dizendo relativamente aos seus Tencimen-tos, pelo que facilmente se pode concluir que eles ficam adidos recebendc os seus ordenados apenas de categoria.

Interrupção do Sr. Ministro das Finanças que se não ouviu.

O Orador; — Eu devo dizer francamente que um Ministro das Finanças não devia responder assim.

Não se diz aqui nada, absolutamente nada a tal respeito.

Aqui não se diz que ele deve receber este ou aquele vencimento, e ass!m eu devo dizer que não há nem pode haver dúvidas sobre o ponto de vista a que eu já tive ocasião de me referir.

V. Ex.a compreende muito bem que quási sempre se resolvem os assuntos a favor do reclamante, e o reclamante neste caso é o funcionário.

Não resta dúvida de que o assunto naturalmente terá de ser resolvido a favor da parte mais fraca, e a parte mais fraca é neste caso o funcionário.