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Sessão de 17 de Maio de 1921

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Por conseguinte isto, só, não tem-importância. O que importa é o seguinte:

Num país em que as associações comerciais,'industriais e de agricultura gritam todos os dias e a todas as horas que é preciso fazer a compressão de despesas, devendo começar pelo Ministério da Agricultura, devemos dar-lhe o prazer de cortar o luxo que essas forças vivas estabeleceram no Terreiro do Paço. E não devemos perder o ensejo que se nos oferece. Se não soubermos aproveitar esta ocasião, não teremos nunca mais direito de dizer aos outros que, de facto, queremos a compressão das despesas. E é preciso acentuar que a supressão apenas desta despesa, em face do problema nacional, não é nada.

A compressão das despesas só pode ser importante no Ministério da Guerra e da Marinha; mas essa compressão de despesas exige uma remodelação tani pro-profunda na vida orgânica do exército e da armada que eu duvido de que o Parlamento tenha" coragem para tanto na época agitada que decorre.

(Apoiados).

Poderíamos reduzir a quatro as oito divisões que temos, remodelando profundamente o nosso exército.

(jQuem pede a compressão de despesas? A Associação de Agricultura. O Parlamento que responda, apoiando calorosamente essa associação e diga que vai reduzir essa despesa luxuosa do Ministério da Agricultura.

Concordamos com ela. Pede-se reduções? Óptimo! Damos-lhe o nosso apoio como damos o nosso apoio a todos os cortes que o Sr. Ministro das Finanças quiser fazer.

Se S. Ex.n morrer não há-de ser às nossas mãos, há-dò ser às mãos das pes-soos que ali o levaram.

Mas, dizia eu, é de facto necessário que isto não pare aqui. Não sei quais são as opiniões do Sr. Ministro da Guerra a este respeito. Lembro-me apenas que quando estive no Ministério disse a S. Ex.a, criatura que nos merece todo o respeito, que era necessário para tranquilidade deste País e ainda porque as associações comerciais, industriais e agrícolas só querem pagar quando comecem os cortes, que era necessário, repito, fazer qualquer cousa no Ministério da Guerra, fazer uma

nova reorganização do exército que lhe permitisse com a maior economia fazer reduções de despesa.

ji( meu ardente desejo que S. Ex.a esteja estudando o assunto para quando chegarmos à discussão do orçamento do Ministério da Guerra, S. Ex.a trazer qualquer proposta no sentido de fazer reduções de despesa; porque não se concebe que um país como o nosso tenha uma força pública que lhe esteja gastando quási metade das suas receitas.

É preciso que olhemos para isso, é preciso que liguemos a nossa atenção a êsso problema, S. Ex.a tem obrigação de mandar estudar o assunto por intermédio dos corpos dirigentes do exército, e o Parlamento, ouvido a sua opinião, tem o dever de pronunciar-se sobre ele.

Mas, há no próprio Ministério da Agri-crltura um problema que é gravíssimo o eu falo nele porque é preciso.

Não argumento, mas parece que S. Ex.a quer cortar na receita correspondente aos 30:000 contos.

Essa despesa está no orçamento desde os tempos em que começou a guerra, para acudir à crise das subsistôncias.

Acerituou-se que nós perdemos 30 por cento.

Para uma verba de despesa na importância de 45:000 contos consignámos em contrapartida 10:500 contos.

Para acudir à crise das subsistências durante a guerra, consignámos no orçamento 10:000, 15:000 contos, mas essa desposa avolumou-so a 160:000, com a acquisição de 200:000 toneladas de trigo. Por isso temos de aumentar duas vezes essa verba. . Ninguém se importa com isto.

O Sr. Costa Júnior já explicou a natureza desta, verba.

E preciso que a Câmara se pronuncie a respeito disto, para o efeito da sua política de trigos.

A comissão do orçamento precisa de ouvir o Parlamento.

O Ministério das Finanças abre uni crédito de 30:000 contos, para pagamento de trigos.

• A Direcção -Geral da Fazenda Pública nunca mais só lembra do inscrever essa verba. v