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Sessão de 8 de Dezembro de 1922

espalhadas no inoio daqueles que querem estudar e que querem dc-dicar-se às instituições militares muito podem contribuir para a sua preparação.

Nós temos hoje dois oficiais habilitados com o curso da Escola Superior de Guerra de l'ar is.

Esses oficiais trouxeram para cá ideas novas pelo estudo que fizeram lá iòra, pelas impressões que trocaram com os seus camaradas.

^Encontramo-nos em condições de não enviar missões militares ao estrangeiro?

Ele, orador, discorda- inteiramente de tal; porque se lhe dissessem que talvez seja possível dentro do orçamento do Ministério da Guerra desviar qualquer verba neste svntido, uma proposta com tal fim seria por ele acolhida com todo o favor, porque julga que é mais útil, mais interessante para o progresso da instituição, militar que ossas missões se realizem do que se gastar mais dinheiro com uma mais demorada encorporação de recrutas ou outra dospesa, que sendo necessária poderia em todo o caso ser de alguma maneira red u/ida.

£ Entende-se então que temos dentro •do País tudo que ó necessário para ministrar a instrução ao nosso exército?

Mas é preciso não conhecer absolutamente nada deste assunto para poder fazer-se uma tal afirmativa, e com esta afirmação não tem ele orador o mais leve intuito de susceptibilizar seja quem for que intervenha neste assunto.

Todos os povos que entraram na guerra têm em França missões militares incumbidas- de preparar o seu exército.

Quando toda a gente assim procede, nós, do alto da nossa sequência e da nossa importância, não nos dignamos lançar os olhos para as cousas que se passam para além da Serra da Estrela.

Ele, orador, em França, teve o ensejo de seguir um curso, porque o Ministério da Guerra sufocado por esta atmosfera hostil do Parlamento, não pôde mandar ao estrangeiro oficiais para essa missão especial; e como era importante, ele, orador, mesmo com sacrifício de alguns serviços, foi seguir esse estudo.

Quóre declarar ao Parlamento desde já que o facto de seguir esse curso foi até

mais caro do que se se tivesse mandado daqui oficiais.

íáào as tajs economias que os franceses chamam bout de c/iandetle.

Em português costuma-se dizer que poupámos em farelo para gastar em farinha.

Mas fez-se a vontade ao Parlamento, e o exército não possui aquela consideração que se lhe devia reconhecer.

Pela sua insistência para o inscreverem nesse curso chegaram a dizer, estranhando-a: «Não é costume, mas se você quere...».

E ele, orador, teve que dizer que efectivamente o seu País não podia mandar oficiais ali porque não tinha dinheiro bastante para isso.

Qu.-'isi todos os países sé encontram representados em França por oficiais enviados com esse fim, porque hoje é incontestavelmente o pais que, sob o ponto de vista da instituição militar, dita aquilo que há de melhor, mais progressivo, interessante e instrutivo. (Apoiados).

Todos os países ali mandam missões, mas nós damos lições do mando e não precisamos absolutamente para nada disso.

Portugal teve a Padeira de Aljubar-rota e tantos outros vultos que a história aponta; e se amanhã for preciso o nosso esforço, iremos ler os versos de Camões, e isso nos basta.

Os outros procuram instruir-se convenientemente. E mesmo que se encontrem nas condições financeiras mais deploráveis mandam para lá as suas missões. (Apoiados).

Os ricos, esses então mandam grandes missões e é fácil ver em França oficiais de diversos países neutros e nomeadamente da Espanha que tem lá três adidos militares.

Há lá oficiais frequentindo a Escola Superior de Guerra e até com estágio nos regimentos.

Mas nós, não precisamos disso.

Ele, orador, sabe que para se dar uma instrução completa ao nosso exército isso se despenderia muito mais do que para ter lá adidos militares.

Não tomará muito tempo à Câmara, tanto mais que desejava ouvir a opinião do Sr. Ministro da Guerra.