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Diário âa Câmara dos Deputado*

tes, o voto da comissão de finanças, e por isso, e também porque nos debates parlamentares o tempo é dinheiro, abs-tóm-se de fazer quaisquer outras considerações.

Tenho dito.

O discurso será pubicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos'' restituir as notas taquigráficas que Ihejfo-ram enviadas.

O Sr. Morais de Carvalho:—Sr. Presidente : o facto de eu vir usar da palavra sobre o projecto em discussão pode por certo confirmar a opinião, há pouco expendida pelo ilustre Deputado Sr. Vito-rino Grodinho, de que o projecto ó boi para curiosos.

A verdade, porém, é que se se.trata dum projecto que interessa essencialmente ao exército, não é menos certo que este projecto, além dos aspectos de carácter técnico e militar, tem também o aspecto financeiro, e foi naturalmente por isso mesmo que sobre ele incidiram os pareceres diversos de duas comissões desta Câmara: a comissão de guerra e a comissão de finanças.

Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção os ilustres Deputados que me precederam no uso da palavra. Ouvi com muito agrado e com proveito a dissertação* que sobre a conveniência de se enviarem, oficiais para o estrangeiro fez, com tanta proficiência, o ilustre Deputado Sr. Vito-rino Godinho. E, quanto a mim, devo dizer que S. Ex.a não fez mais do que deitar a baixo uma porta que para mim estará aberta. . .

Eu concordo inteiramente com a vantagem de se mandarem oficiais ao estrangeiro, como entendo que essa vantagem ó para o exército da importância que seria para os diversos ramos do ensino, de forma a em todos os campos nós podermos realmente ir buscar a cada nm dos países onde a especialidade estivesse mais aperfeiçoada o ensinamento e as melhores lições da sciência.

Estou, nesse ponto, absolutamente de acordo com o Sr. Vitorino Godinho; mas a questão para mim não é só essa. É preciso também saber se o país está em condições de realizar as despesas enormes que essas viagens ao estrangeiro acarretam.

Disseram todos os. ilustres Deputados qtie defenderam o projecto apresentado pelo Sr. Pires Monteiro, que efectivamente o país está em condições de fazer essa despesa. Eu, por mim, creio que o câmbio todos os dias nos grita em altos brados que o país não está em circunstâncias de fazer essa despesa, e é só por esse motivo que eu e a mmoria monárquica, em nome da qual estou usando da palavra, recusamos o nosso voto ao projecto apresentado pelo Sr. Pires Monteiro.]

Relativamente ainda propriamente ao projecto de lei n,° 46-H, da autoria de S. Ex.% eu devo dizer que me parece que ele está redigido por forma que nem sequer nós poderemos determinar aproxi-madameate em quanto devem ser computadas as despesas a fazer co:n ele.

Com efeito, basta ler o artigo 3.°

Disse o ilustre proponente que o projecto não importava a criação de qualquer despesa, e que isso seria uma cousa a fixar a quando da discussião do Orçamento Geral do Estado.

Eu sinto ter de discordar de S. Ex.a; mas desde que fôsse aprovado este pro-jocto, de Janeiro em diante o chefe do estado maior do exército fixaria o número de oficiais que deviam ir estudar ao estrangeiro, e o Sr. Ministro da Guerra seria obrigado a propor no orçamento os créditos necessários para essa despesa. (Apoiados).

Portanto, parece-me um sofisma o di-zcr-se quo o projecto não trará aumento de despesa.

Parece-me ter dito o bastanto para ficar entendido o modo de pensar deste lado da Câmara sobre o projecto.

Disse o Sr. Vitorino Godinho, com graça, que apresentando-se à discussão este projecto, pela sua especialidade, se tratava como dum touro para curiosos.

Pela minha parte direi também que se o projecto for aprovado quera será colhido será o contribuinte.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Maia: — Sr. Presidente : pedi a palavra para responder a algumas considerações que foram feitas sobre o projecto.