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Diário da Câmara dos Deputados

veitar o ensejo de lhe dirigir as suas saii-dações, e prestar hcnhenagem ao Sr. Ministro da Guerra, seu companheiro da Flandres, homem a cujas qualidades ds carácter e inteligência todos os militares prestam a sua homenagem, o seu desejo seria preguntar-lhe qual será a sua opinião sobre o assunto.

S. Ex.a o Sr. Ministro da Guerra não pôde comparecer ainda hoje; no emtanto ele, orador, sabe qual é a sua opinião sobre este projecto.

A imprensa já o disse.

O Sr. Carlos Pereira: — O que seria interessante também era conhecer-se a opinião do Sr. Ministro das Finanças.

O Orador: — Não sabe qual é a opinião do Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Almeida Ribeiro: —Nem é necessário; tendo exército não ó preciso mais nada.

O Orador: — S. Ex.a poderá dizer o que quiser; mas se não tiver exército, não tem nada.

S. Ex.a poderá dizer-lhe que é necessário; olhar a sério para as questões de fomento, indústria, comércio, navegação, etc., como o que ele, orador, está plenamente de acordo; -mas se não tivermos uma organização definidamente nacional, não, temos nada. (Apoiados}.

É preciso que S. Ex.a compreenda que a organização do exército corresponde a um prémio de seguro, o qual poderá redundar em benefício desde que haja fogo em casa. .

O Sr. Almeida Ribeiro: — É bom segurar, quando existe alguma cousa para isso.

O Orador: — É sempre bom prever as cousas, e é justamente por isso que ele, orador, defende o projecto de lei em discussão.

É necessário dar ao exército o material necessário, não só para a sua instrução, como para a nossa defesa.

E justamente por se encontrar no mesmo campo em que S. Ex.a se encontra que deseja que as cousas se façam paralelamente; e se defende o projecto que se

encontra em discussão, é justamente por se encontrar compenetrado cio seu grande alcance.

Nada se pede neste projecto para o exército que não possa ser atribuído a outras administrações e departamentos.

O Sr. Pires Monteiro: — No projecto não se pede verba nenhuma.

O Sr. Almeida Ribeiro: — Isso vem depois ...

O Orador : —Nada se pede para o exército, para.que se sabe apelar em momentos difíceis. (Apoiados).

Não receie S. Ex.a que se dê ao exército mais, à instituição militar que pela sua situação especial é a que mais habituada está a sacrificar-se, pelo receio de poder prejudicar o que é destinado ao fomento. O que se pede é que se lhe dê ao menos aqueles melhoramentos indispensáveis.

E costume nosso, quando o incêndio nos chega à porta, revoltarmo-nos contra o facto de não haver água nas mangueiras.

Ele, orador, que está pa.a defesa da nossa economia, afirma que >íste projecto não traz aumento de despesa por agora.

Seria, pois, um acto duma flagrantíssi-ma injustiça praticado contra os oficiais não aprovar este projecto.

Se a Câmara entender que para o futuro, quando for apreiado o orçamento do Ministério da Guerra, não deve incluir-se qualquer verba para missões militares no estrangeiro, a responsabilidade é só da Câmara.

Não se diga depois, se nos; virmos um dia envolvidos em qualquer conflito, que o exército e a marinha nos levam milhares de contos e não estão preparados devidamente.

Este projecto, que não representa aumento nenhum de despesa neííte momento, está aprovado pelo actual titular da qasta da Guerra.