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dó política dá República e a moralidade política do regime extinto.

Sem querer desviar a questão para um campo de disputa e de oposição de deli* tos a outros delitos, mas simplesmente porque é indispensável não deixar que se faça uma tendenciosa confusão entre o re« gime ô oâ delinquentes que existem, quer nos serviços públicos, quer fora deles, eu tenho a dizer que se alguém aqui tem au* toridade moral para erguer a palavra õ pedir sanções, esse alguém tem de sentar-se do lado dos partidos republicanos. (Apoiados) i

Não são os representantes dá minoria monárquica, isto é, os representantes dum regime que abafara os escândalos e que até pretendeu liquidar, por meio dum decreto, irregularidades da -suprema magistratura da nação, não são eles que têm autoridade moral para virem aqui armar 6m juizes.

Antes e depois da implantação do novo regime factos se produziram que nos lê* vam a poder sustentar a afirmação que acabamos de fazer. Por mais de uma vez os temos referido nesta casa do Parla* mento.

Já aqui citámos o libelo tremendo do Conde de Penela} libelo cuja inserção num jornal espanhol lhe ia valendo uma tentativa de assassínio por parte de cor* i-eligionáfios sous, e libelo pêlo qual ôsse categorizado marechal monárquico chegou a fazer a Paiva Couceiro a acusação de ladrão.

Quem tem destes crimes a responsabilidade não pode, sem ò nosso indignado protesto, assumir uma atitude despejada e agitar as águas para da perturbação delas fazer mais facilmente vingar as suas inqualificáveis cabalas. Era isto que -tinha a dizer a V» Ex.a e à Câmara.

O Sr. Ministro da Justiça-, professor ilustre, que tome as medidas indispensáveis, ãe as pode tomar, ê não podendo fazê^lò, traga ao Parlamento as medidas legislativas necessárias para criar a mais completa confiança no Poder Judicial, por* que infelizmente temos assistido a factos bem estranhos, como aquele que veio noticiado em todos os jornais, duma pessoa, autora duin roubo, ter sido absolvida e aparecer a requerer que lhe fosse entregue o produto do roubo que ele con-fessadamente tinha efectuado.

Que se adoptem as providências indispensáveis.

Não perderá este lado da Câmara o en-sejo de pedir que o .Poder Judicial tenha o máximo de firmeza na punição de todos os crimes.

É o que todos desejamos, nós que somos republicanos* É que não estamos habitua* dos ao sistema empregado pelos monárquicos.

Tenho dito»

O Sr. Vasco Borges s—Requciro a V. Ex.a se digne consultar a Câmara sobre se consente que na sessão de amanhã entre em discussão o meu projecto, com dispensa do Regimento»

Aprovado.

O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente :>não cansarei a atenção da Câmara, mas, por parte da minoria católica, não podia deixar de usar da palavra sobre um facto que tem significação particular, porque se trata de procedimento menos digno e imoral, praticado na. Exposição do Rio de Janeiro*

é Deve-se ele ligar por qualquer forma ao regime vigente? Entendo que não» Há uma confusão a tal respeito»

Seria confessar que a Igreja é iflcom* patível com esta ou aquela forma de Qo* vêrno.

Em todos os tempos têm havido monarquias honestas e monarquias desonestas, Repúblicas honestas e Repúblicas de» sonestas. A moralidade não está pôr essêil' cia ligada a nenhuma forma de Governo»

Faço esta afirmação, para tirar â se* guinte conclusão: é que a criminalidade é sempre o resultado da ausência da fé ré* ligiosa.

Está demonstrado que a única base sólida para a moralidade ó a religião.

O Sr. Tavares de Carvalho (interrompendo) : — Não é preciso ser católico para ser honesto.

O Orador :-* Está-se vendo» Houve vários escândalos: o dos Transportes Marítimos, o dos Bairros Sociais e outros que são a consequência duma absoluta falta.de disciplina nioraL