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Diário da Câmara ao» freputaâot

O Sr. Carvalho da Silva: —E caiu em cima do País.

O Orador : «=- Diz-se» Sr. Presidente, que o ferro para a construção dos pavilhões foi adquirido por ósse comissário num estabelecimento em que ele tem interesses»

Tudo isto, Sr. Presidente, 86 torna absolutamente necessário averiguar, a fim de st sabor se assim é; se realmente houve exagero no consumo desse ferro, e bem assim se se trata de ferro que nós precisamos importar do estrangeiro.

Mas há mais»

Acima de todos estes crimes, há um que eu destaco como maior, porque 6le interessa ao respeito "que num Estado republicano deve haver pelas leis.

Esse crirno é o de ter se gasto dinheiro sem autorização parlamentar.

^Quein autorizou o Comissariado, ou quem quer que tal determinou, a que se gastassem verbas além do orçado ?

^Onde estão as regras de contabilidade?

£Ônde está o respeito pelas normas, sem o qual não pode haver unia sã administração ?

Essas regras» essas normas, não se seguiram.

Foi dinheiro emprestado ao Sr. Lisboa de Lima para ele gastar como se fossei da sua algibeira. Encarado o caso pelo aspecto correntio, teríamos de dizer a S. Ex.a que se entendesse com os credores» Mas a verdade é que não se pode encarar assim a questão, pois que se trata dum caso em que está em jogo o nónio de Portugal no Brasil, que é a nossa melhor criação histórica^ e nós somos assim forçados a pagar o que não queríamoíj gastar.

Servindo-se de números, o Sr. Vasco Borges encontrou que fora autorizada ;i despesa de 0:500 contos e mais 4:500 contos, o que soma, lOiOOO,

Temos depois mais 3:000 contos ao Banco Nacional Ultramarino e mais aquilo que ainda é necessário, já avaliado pelo ex-Ministro dó Comércio} Sr. Vasco Borges, em 1:500 contos. Temos» pois, niais 4:500 contos, que, adicionados aos 10:000, dá 14:500 contos.

£ Onde está a autorização para se ter gasto esse dinheiro?

Constata-se assim a oxistOncia do crime. Os culpados por inépcia, desleixo ou venalidade são aqueles que a justiça indicar como tal»

Nós o que temos a fazer é indicar ao Poder Executivo a indispensabilidade do se castigarem rapidamente os ciiminosos.

Se o inquérito não se ultima rapidamente, se começamos a exportar inquiridores para o Brasil, se encetamos o regime de troca constante de telegramas, o assunto àrrastar-se há e no espírito público nunca mais entrará a idea do que ao crime se-seguirá o castigo.

É necessária toda a actividade. Que .não suceda o mesmo que se iem passado em, relação aos Transportes Marítimos.

E preciso que o Governo ordene uma rápida sindicância ou, no caso de já estar ordenada, a faça concluir rapidamente.

Que não se dê ao tempo a função de esmorecer a nossa cólera.

E preciso que a justiça castigue os criminosos para que os honestos tenham o prémio da sua honradez.

Como membro do Parlamento, peço ao Sr, Ministro do Comércio cue não descanse nunca sobro este assunto. É preciso que o cutelo da justiça caia implacà-volmente sobro os que prevaricaram, para que se voja quo a Republica tom a suficiente enorgia para meter na cadeia os criminosos o premiar os honrados.

Tenho dito.

Voaes: — Muito bem. C1 orador não reviu»

O Sr. João Camoesas : — Sr. Presidente : em nome deste lado da Câmara, tenho de afirmur a V. Ex*a e ao pais que uma única atitude assumimos neste momento : a de pedir ao Sr. Ministro do Comércio, tal como acaba de fazer o Sr. Cunha Loal, que não descanse um instante sobro esta questão, que as sindicâncias sigam rapidamente o seu termo, e que» averiguada u existência de quaisquer criminosos, sejam eles quem forem, lhes sejam aplicadas as sanções que a gravidade dos seus delitos exigir.