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Sessão de 13 de Dezembro de 1922

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tempo condenou por se ter verificado que um navio que tinha seguido cheio para lá chegou lá vazio.

Mas não quero confrontos. (Apoiados).

Aparte do Sr. Carvalho da Silva que não se ouviu.

O Orador: — Sr. Presidente: não é digna também da inteligência do Sr. Carvalho da Silva esta alusão à depreciação da nossa moeda, porque ela está desvalorizada em várias monarquias, como em Itália, que tem mais recursos e uma fé e patriotismo que não podem ser comparados ao patriotismo das monarquias deou-trora.

Eu não pretendo transformar esta questão num debate entre Monarquia e República.

Se existe um crime, deixemo-nos de discussões entre regimes, porque talvez nesta momento o público lá fora não as aprecie, e tratemos de o punir.

(Apoiados).

Mas, Sr. Presidente, antas de entrar propriamente no assunto para que pedi a palavra, desejo acentuar um facto que de modo nenhum nos pode ser indiferente, qual é o de mais uma vez ficar demonstrada a absoluta falência das administrações autónomas, entre nós. (Apoiados).

Condenámos a centralização demasiada do Poder Executivo e a mania de amontoar no Terreiro do Paço todos os serviços, e então, em obediência aos princípios gerais de administração, criámos serviços autónomos, como os Transportes Marítimos, os Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, Bairros Sociais, serviço de abastecimentos e o Comissariado da Exposição do Eio de Janeiro, sendo nós forçados a reconhecer que, salvo honrosas excepções, todas as administrações autónomas liquidam miseravelmente, no sudário do crime e da inépcia. (Apoiados).

Sr. Presidente: quando a nós, legisladores, vier mais um projecto de criação de serviços autónomos, devemos ter o máximo cuidado no estabelecimento dessa lei, para que a sua aplicação nSo acarrete novos escândalos, como os que já registámos.

Para mim, este é o primeiro ponto interessante.

O segundo é este: Há um crime, e em minha opinião talvez tivéssemos feito mal

em discutir pessoas, porque ó ao Poder Judicial que tal compete. .

Ond« estfto as provas do crime? Estão, sobretudo, no fracasso da exposição.

Eu falo assim, Sr. Presidente, porqne as minhas informações dizem-me que a exposição fecha em Março, e eu pregunto se já estamos informados convenientemente, por quem de direito,, se durante o prazo de tempo que até lá decorre ó possível concluir os trabalhos complementares. Esta é a primeira constatação do crime, agravada com a inépcia. A segunda prova é esta: Diz-se, Sr. Presidente, que esse comissário procedeu desta forma por pressões políticas; mas eu, neste caso, pregunto:

Isto, Sr. Presidente, nato se pode admitir de maneira alguma, e digo isto com tanta mais razão quanto é .certo que todos dizem, e assim é, que se torna absolutamente necessário reduzir as despesas. Diz-se mais, Sr. Presidente, não sei se com verdade ou sem ela, que se encontram lá, junto do Comissariado, alguns indivíduos que para lá foram por estarem aparentados com altos políticos.

Torna-se absolutamente necessário esclarecer tudo isto. (Apoiados).

Um outro facto, Sr. Presidente, que reveste a existência de muito desleixo ou crime, é o que diz respeito à forma como foram construídos os nossos pavilhões, pois a verdade é que, ocupando os nossos pavilhões .uma área de cerca de 400 metros quadrados, e os pavilhões belgas urna área de 1:600 metros quadrados, nós gastámos quatro vezes mais, tendo--se adquirido maior quantidade de ferro isto com o intuito, claro está, de que eles pudessem resistir a todas as ventanias, isto é, a todas as tempestades; porém apesar de tudo isso, eles caíram devido à sua má construção.

Mas pregunto eu, Sr. Presidente: ; qual é o Estado que manda fazer um trabalho e o não manda fiscalizar?