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Sessão de 13 de Dezembro de 1922

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Em 9 de Outubro telegrafei-lhe de novo e depois em l de Novembro.

Este último telegrama estabelece inilu-divelmente que desde a primeira hora procurei actuar, e se logo não mandei regressar à capital o Sr. Lisboa de Lima foi porque positivamente isso teria sido um acto nessa altura ainda inoportuno, sem justificação suficiente.

Dizer-se que desde a primeira hora eu não actuei e que nesta questão eu não procedi com a necessária energia para defender os interesses do Estado, é uma flagrante injustiça.

Kecebi o relatório do Sr. Lisboa de Lima, e imediatamente o trouxe à Câmara, ordenando, em virtude dos factos por ele revelados, sindicâncias tanto em Lisboa como no Rio de Janeiro.

Eu creio, repito-o, que isto é actuar e cumprir o meu dever. (Muitos apoiados).

Mas, disse o Sr. Jorge Nunes:

Não o exonerei porque o Sr. comissário melelegrafou, dizendo que o Sr. Malheiro Reimão já vinha a caminho de Lisboa.

Isso seria, pouco mais ou menos, o mesmo que arrombar uma porta já aberta.

Quando o Sr. Malheiro Reimão chegasse a Lisboa j á. encontraria um sindicante que haveria de apreciar os seus actos.

Creio que isto foi ainda cumprir o meu dever de Ministro. (Apoiados).

Mas nas palavras do Sr. Jorge Nunes julgo ver uma alusão talvez tendente a significar que eu hoje poupara o Sr. Malheiro Reimão.

O Sr. Jorge Nunes:—Eu simplesmente me queixei de V. Ex.a ser parcial.

O Orador: —E o mesmo, e eu lamento bastante que V. Ex.a confirme a sua afirmação, porquanto julgava merecer ao espírito de V. Ex.a a justiça que me é devida.

O Sr. Jorge Nunes: — A minha afirmação de que V. Ex.* foi parcial não envolve o mínimo, desprimor para o seu carácter.

O Orador: — Obrigado a V. Ex.a Mas a verdade ó que, pelo meu carácter, pela minha educação e pela minha profissão

mesmo, sou absolutamente incapaz de praticar aquilo de que V. Ex.a me argúi.

Tenho a preocupação da imparcialidade e da correcção, e muito embora tivesse que ferir um amigo, um correligionário que fosse, eu não hesitaria. Nunca deixei na minha vida de fazer a todos, amigos e adversários, a justiça que lhes seja devida.

Mas a alusão de S. Ex.a foi para mim essencialmente grave por se encontrar o Sr. Malheiro Reimão filiado no Partido Democrático. Compreende S. Ex.a portanto como me magoaram as referências que me fez a propósito do Sr. Malheiro Reimão que, aliás, julgo encabeçado em gravíssimas responsabilidades. Se o quisesse ter poupado, deixaria de ler certas passagens- do relatório do Sr. Comissário Geral e não o fiz.

Comentários não tinha que fazê-los naquele momento à situação do Sr. Malheiro Reimão. O comentário estava feito pelo que li.

O Sr. Jorge Nunes:—Não conheço que conste nada em desabono de S. Ex.a, nem tal cousa li nos jornais.

O-Orador: — Pelo menos, como parlamentar, V. Ex.a deve ter conhecimento do enunciado das acusações que sobre ele recaem.

O Sr. Jorge Nunes: — NSo conheço.

O Orador : — Mas eu devo dizer a V. Ex.a que quási toda a gente conhece tanto como eu os termos do relatório.

Devo, porém, informar V. Ex.a que tanto é meu desejo que tudo se apure, que é por isso que no meu projecto de lei proponho que se nomeie" pessoa idónea para ir ao Brasil sindicar.

Mas eu conto a V. Ex.a: