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Sessão de 14 de Dezembro dê 1922

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os crimes, como o dos Transportes Marítimos e os da Exposição do Rio de Janeiro, mas ó necessário não esquecer que os alvejados são monárquicos.

É certo que o Sr. Lisboa de Lima, desempenhou cargos ministeriais, mas o que é certo ó que durante a sua acção ministerial teve o cuidado de nunca empregar a palavra «República».

O Sr. Lisboa de Lima é director da União Metalúrgica.

Pois foi a essa companhia que entregou a construção e fornecimento do material de ferro.

Este facto é do domínio público e do dó toda a indústria.

Ele foi versado numa sessão da Associação Industrial, onde foi verberado o procedimento do Sr. Lisboa de Lima.

Foi ali atirado à cara desse senhor, aquele seu acto desonesto que deveria determinar a sua entrada na Penitenciária.

Pela exposição de números aqui íeita pelo Sr. Vasco Borges, autor da proposta em discussão, vemos que os seus 1:000 contos pedidos ao Parlamento para a construção dos pavilhões não são bastantes para pagar dívidas.

Esiamos em face duma questão de alta moralidade; e, porque assim sucede, eu entendo que a Câmara não deve votar nem um centavo, emquanto não souber precisamente qual o tempo provável, mas fixado por um técnico competente nestes trabalhos, que ó preciso pêra concluir os pavilhões e qual o montante das despesas a fazer ein material e em jornais ao operariado, e bem assim com os fretes marítimos e terrestres para entrega dos produtos aos seus possuidores.

Este assunto parece-me que.tem de ser apresentado como questão prévia.

O Sr. Ministro do Comércio é quem melhor do que ninguém nos poderá dizer se existe' de facto algum orçamento do. qual conste o que ó necessário fazer e a verba a despender para acabar os pavilhões.

É preciso saber-se se o período necessário para a conclusão dos trabalhos poderá ir até Fevereiro.

Sendo assim, eu pregunto se valerá a pena fazer mais sacrifícios, quando a exposição deverá, fechar em Marços -

Sr. Presidente: devo ainda declarar que não me surpreende todo este descalabro, visto saber que o Sr. Lisboa de Lima, sendo gerente da Companhia Metalúrgica, não hesitou em entregar indecorosamente a essa companhia o fornecimento de ferro para cobertura do qual aquela entidade ti* nhã um grande stock ao qual pôde dai* aplicação nos trabalhos da exposição do Rio de Janeiro.

Para esclarecimento da" Câmara vou ler uma parte dex um cartão postal que há uns oito dias recebi de um grande homem de bem, republicano e amigo da sua Pátria.

Diz assim:

Leu.

Termino pois por aqui, Sr. Presidente, as minhas considerações, aguardando que o Sr. Ministro do Comércio me elucide sobre as preguntas que eu fiz. Tenho dito.

O orador não.reviu.

O Sr. Carvalho da Silva:—^V. Ex.a pode-me informar de qual o tempo que falta para o encerramento da sessão?

O Sr. Presidente: — Faltam apenas 11 minutos.

O Orador:—Nesse caso começarei as minhas considerações j ficando depois com a palavra reservada para a sessão de amanhã.

Sr. Presidente: a primeira cousa a no-. tar ao apreciar o projecto de 'lei da ini-do Sr. Vasco Borges é a abertura do crédito de 6:000 contos, que são insuficientes, segundo se vê, para as despesas ã fazer com a Exposição do Rio de Janeiro, e o silêncio, em votar-se unia medida desta ordem, do Sr. Presidente do Ministério, António Maria da Silva, o responsável principal pelo que se tem passada relativamente à Exposição do Rio de Janeiro.

O Sr. Presidente do Ministério, não liga a mais leve atenção a este assunto.

S. Ex.a continua como é do seu feitio, em vez de estar no seu lugar como Presidente do Ministério, a andar pelas cadeiras dos Srs^. Deputados, sem'ligar nenhuma atenção ao assunto1 quê se debatei