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Diário da Câmara, dos Deputados

que por mais tempo continue a ser enxovalhado o nome português no estrangeiro, como sucedeu a quando dos navios dos Transportes Marítimos arrestados em vários portos por esse mundo fora.

Mas nós precisamos que o Sr. Ministro do Comércio'nos diga o que pensa e nos elucide sobre vários pontos para podermos orientar o nosso voto.

4 Pode S. Ex.a tomar para com o Parlamento o compromisso de que a verba agora a votar a mais chega para as despesas a lazer com a nossa representação e de que não nos vêm pedir mais amanha ou depois?

Se o Sr. Ministro do Comércio não pode responder a estas preguntas de maneira que nos satisfaça, nós não ligaremos o nosso voto para que se gaste mais dinheiro em pura perda, a acrescentar aos milhares de contos já devorados.

A lei a que há pouco me referi, a lei n.° 1:233, e que criou o Comissariado, deu-lhe poderes não só para o que respeitasse à Exposição do Rio de Janeiro, mas tamhém para todos os trabalhos relativos à Feira de Lisboa, que ficavam subordinados à sua superitendência (sic).

Com a Feira foi o Governo autorizado a despender até à quantia de 250 contos.

No projecto ora em discussão autoriza-se o Governo a decretar oportunamente «o que tiver por conveniente sobre os trabalhos relativos à .Feira de Lisboa». Que quere isto dizer?

,; Trata-se apenas de providenciar quanto à direcção técnica dos trabalhos, ou, o que parece mais de harmonia com a letra latitudinária do projecto, pretende dar-se ao Governo carta branca, inclusivamente para gastar com a Feira de Lisboa o que quiser, o que ativer por conveniente» sem limite algum?

É preciso que este ponto fique bem esclarecido, sabido como é que o que o Governo têm por conveniente não convém ao país.

Sr. Presidente: não desejo fatigar mais a atenção da Câmara.

Ontem, discutiu-se aqui muito qual a causa do desmoronamento dun dos pavilhões, desde que, sobretudo, f3ra revelado que com o pavilhão da Bélgica, por exemplo, que tem uma área superior a esse nosso, se empregara no seu esqueleto ou armação muito menor quantidade de ferro. ,

Então o ilustre Deputado Sr. Cunha Leal aventou que talvez o nosso pavilhão se tivesse desmoronado por excesso de resistência à semelhança dos organismos fortes que se deixam ir abaixo com uma congestão.

Para mim, Sr. Presidente, a razão é outra.

Depois de tudo o que se tem passado, eu entro a duvidar se é de ferro ou de estanho a armação do nosso pavilhão no Kio de Janeiro.

Mas de ferro que seja, parece-me poder assegurar-se sem receio de errar que o pavilhão de Portugal na exposição brasileira ruiu sob o peso esmagador dos escândalos que a República lhe pôs em cima.

Tenho dito.

O Sr. Vasco Borges: — Pedi a palavra para esclarecer o Sr. Morais de Carvalho, embora isso pertença ao Sr. Ministro do Comércio.

Mas faço-ó como autor do projecto.

Em primeiro lugar, o quantitativo do crédito aqui estabelecido nS.o pode ser esse, em virtude de informações qne chegaram até o Ministério do Comércio e até mim.

Assim, além da dívida ao Ministério da Marinha de 4:500 contos, há outra aos Transportes Marítimos.

Relativamente ao Ministério da Marinha podia ficar como conta do Estado; mas com respeito aos Transportes Marítimos do Estado é necessário pagar o que se lhes deve.

Isto quere dizer que os 4:500 contos de dívidas estão excedidos— o que basta para aumentar o quantitativo do crédito.

Há ainda uma outra dívida ao Banco Nacional Ultramarino de 1:000 contos.

^Teremos de pagar essa dívida?