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Diário da Câmara do» Deputado*

O Sr. Almeida Ribeiro:-—Roqueiro dispensa da leitura da última redacção.

Consultada a Câmara resolveu afirmativamente.

O Sr. Presidente:—Vai ler-se, para entrar em discussão, o parecer sobre o projecto de lei que extingue o Comissariado Português à Exposição no Kio de J anuir o.

Leu-se.

Projecto de lei n.° 377-C

Senhores Deputados.— Tendo vários e conhecidos incidentes tornado necessário alterar algumas das disposições da lei que criou o Comissariado de Portugal na Exposição do Rio de Janeiro, tenho a honra de submeter à Câmara dos Deputados o seguinte projecto de lei:

Artigo 1.° E extinto o Comissariado Geral do Governo na Exposição do Rio de Janeiro, ficando a superintendência dos respectivos trabalhos, tanto artísticos como técnicos, a cargo dum director nomeado pelo Governo com a remuneração que, em diploma especial, lhe for atribuída, se houver necessidade disso.

§ único. O Governo oportunamente decretará o que tiver por conveniente sobre os trabalhos relativos à Feira de Lisboa.

Art. 2.° JH o Governo autorizado a dis-pender com a Exposição Internacional do Rio de Janeiro mais até a quantia de 6:000 contos.

Art. 3.° O director técnico e artístico dos trabalhos para a Exposição Internacional do Rio de Janeiro proporá todas as medidas que julgar conducentes à boa marcha, rápida e económica conclusão dos referidos trabalhos, e bem assim à manutenção e liquidação da secção portuguesa na Exposição, devendo dispensar todo o pessoal ali em serviço que considerar desnecessário e reduzirrlhe, como entender justo, as respectivas ajudas de custo.

Art. 4.° Fica o Governo autorizado a enviar um sindicante idóneo ao Rio de Janeiro para averiguar de todas as faltas e correlativas respoasabilidades que nos serviços da referida Exposiç&o se tenham cometido

§ único. As despesas com esta sindicância sairão da verba autorizada pelo artigo 2,° desta lei.

Art. 5.° Fica revogada a legislação em contrário.

Sala das Sessões da Câmarc. dos Deputados, 10 de Dezembro de 1922.—O Deputado, Vasco Borges.

0 Sr. Morais Carvalho: — Sr. Presi-.deute: os factos alarman tem ente escandalosos, como esses que vieram ontem à supuração, revelados pelo Sr, Dr. Vasco Borges, depois corroborados e acrescentados por outros Srs. Deputados — e que eu só não qualifico de extraordinários, porque desgraçadamente são o pão nosso de cada dia desde que a República se implantou—esses factos tem sempre, dentro do actual regime como única consequência séria, a mesma que é a síntese do projecto que V. Ex.a acaba, de pôr em discussão, isto é, a abertura de um crédito de milhares de contos destinado a fazer face às despesas que os escândalos motivaram.

São 6:000 contos que o Sr. Dr. Vasco Borges vem pedir, pelo seu projecto, para o novo sorvedouro da Exposição do Rio de Janeiro!

São mais 6:000 contos lançados à voragem de uma política que nada sacia.

São mais 6:000 contos, pelo menos — pois que o Ministro já declarou que não chegavam — que irão engros&ar o déficit calculado para o ano económico corrente em 600:000 contos!

1 Como não há no orçamento receita para cobrir as despesas provenientes de mais o novo saque que representam os desmandos da Exposição do Rio de Janeiro, vá de os pedir à circulação fiduciária, que ó de onde o d

, E depois vêm eutão a maioria e o Governo dizer ao País que é da especulação quo provém a carestia da vidu.

j Não, Sr. Presidente, não, A vida aumenta de preço todos os dias por força dos desperdícios e dos escândalos de uma administração perdulária!

Há especuladores? Não o nego, mas •—digo-o como o penso — a especulação poderá entrar em 10 por cento do acréscimo que o casto da vida teve de 1914 para cá. O mais ó o preço por que pagamos os desregramentos da administração da República.