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Diário da Gamava dos Deputados

Mas, Sr. Presidente, isto agora ó moda, o pomo tal temos de nos conformar com ela. '

O que ó um facto, Sr..Presidente, ó que o Sr. Presidente do Ministério é o único responsável pelos factos que se deram; porém S. Ex.a nenhuma importância tem ligado ao assunto, o que aliás não é de admirar, visto, que os partidos da oposição têm estado mais ou menos entendidos com os Governos, sendo, pode dizer-se,' quási nula a sua fiscalização.

Isto não tem razão de ser, nem se compreende. Não tem razão de ser, repito, uma acção parlamentar assim.

O Governo que é ainda o mesmo, mas que nas colunas do Diário do Governo figura como sendo um outro, veio aqui um dia para ler um telegrama do'Sr. Málhei-ro Ileimao, em que se mostrava a imperiosa' necessidade de se votar imediatamente um crédito de 2:000 contos para a Exposição.

E ó este Sr. Presidente do Ministério que, tendo vindo nesse momento fazer pressão, sobre a Câmara para votar precipitadamente esse crédito, invocando até motivos de ordem -patriótica e o meu partido, com o que muito me honro, foi q único a não reconhecer, ó este Sr. Presidente do Ministério que procura alhear-se agora de todas, as responsabilidades. .

4 Então, Sr. Presidente, qual ó a missão do Poder Executivo?

^Qijem é que perante o Parlamentof tsm de responder pelos escândalos da ad-

miniÉitração pública?

E qvidente,' o. Governo e,;em especial, o seu Presidente. ' ' ,

Se putras provas pão houvesse de çjue o sistema parlamentar não funciona entre nós como deve •funcionar, bastaria para se .chegar..a essa conclusão o facto de que as oposíções republicanas, quê sobre o Sr'.' Presidente do Ministério deviam lançar essas responsabilidades, ;exigindo-lhé- que explicasse a atitude dó' Governo, ao serem.-'há dias consultadas pelo Chefe'do Estado entenderam dever aconselhá-lo a que mantivesse S; Ex.a no poder, em vez de o censurarem pela sua falta de zelo na administração pública.

Ipto prova que há não uma crise go* vernamental mas uma crise de regim-?.

E, "Sr. Presidente, um regime que não tem' para setítar-náquélías cadeiras áia«

guém que não esteja cheio de responsabilidades em casos desta natureza, é um regime absoluta e irremediavelmente condenado.

O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo, que costuma criticar sempre com o maior desassombro e em toda a parte os escândalos da administração republicana, disse há pouco, que o Sr. Alto' Comissário era e é um monárquico.

Será talvez com muita pena de S. Ex.a, mas devolvo-lhe o seu correligionário, porque meu não o ó.

Foi o Ministro da República que lhe confiou missões da mais alta confiança.

Posso mesmo dizer que dentro de algumas associações de carácter conservador, a principal preocupação do Sr. Lisboa de Lima tem sido sempre a República — a sua querida República.

Quando o Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo não quisesse acreditar na sinceridade do Sr."Lisboa de Lima por não ser um republicano no seu íntimo, eupraguntafia quantos correligionários de S. Ex.a o não seriam também no seu intimo, por virem da monarquia.

Votaram-se já 6:500 contos para a Exposição do Rio de Janeiro, e vom agora pedir-se mais 6:000 quê 'nos dizem não serem suficientes, falando-se já em 7:500 contos.

E ó ante um facto desta ordem, é ante um descalabro desta magnitude>'| que um chefo de Governo sé julga no direito de não ligar importância ao que só passa e de não responder às acusaçõe:; que lhe são dirigidas. Tenho .dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — E a hora de se passar ao período de antes de se encerrar a sessão. Como não está nenhum Sr. Deputado inscrito, encerro a sessão, marcando a próxima para amanhã, 15, às 14 horas, com a ordem do dia que estava marcada para hoje.

Eram 19 horas e 30 mihutos.

Documentos enviados para a Musa durante a sessio

Requerimento