O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20

Diário da Câmara dc

O Alto Comissário é um homem digno. (Apoiados). E um homem digno não pode proferir uma mentira. O Alto Comissário de Moçambique só tem encontrado em mini um colaborador ora tudo quanto lhe tenho prestado na administração de Moçambique. (Apoiados).

Não podia nunca haver um conluio, repito.

Interrupção do Sr. Agatão Lança.

O Orador : — Cá em Portugal estamos como aquelas mulheres que fazem ramalhetes de flores, que colhem aqui e ali. A. questão é ligá-las bem.

Não sei o que diria o Alto Comissário., mas não podia dizer que no Ministério das Colónias se lhe pôs entraves à administração.

É grave fazerem-se afirmações destas. dizer-se que o Ministério das Colónias é contra a autonomia administrativa das Colónias.

O facto é absolutamente falso.

Um aparte do Sr. Leote do Rego.

O Orador: — O Sr. Alto Comissário — torno a repetir— não pode dizer que o Ministro das Colónias^tenha posto embaraços à sua acção. E incapaz de o dizer, porque para isso não tem fundamento. Se porventura pode haver pontos de vista diferentes num ou noutro assunto, isto não quere dizer quo o Ministro ponha peias à administração financeira de Moçambique.

Mas, Sr. Presidente, não sejamos precipitados. O Sr. Alto Comissário de Moçambique Jeve chegar à Madeira daqui a sete ou oito dias, e poucos dias depois estará em Lisboa. S. Ex.a tem assento nesta casa do Parlamento, o estou até convencido de que desejará expor na Câmara toda a sua acção administrativa. Será então ocasião, e acho até que com certa elegância, estando presentes o Ministro e o Sr. Alto .Comissário, de se saber em que a acção deste foi impedida por aquele.

Aguardo com o maior interesse a chegada de S. Ex.a, com quem, em verdade, tenho o maior empenho em trocar impressões sobro a administração de Moçambique.

O que, Sr. Presidente, eu considero o perigo de Moçambique ,é que não acudamos cora capitais nacionais para o desenvolvimento económico dessa rica provín-

cia. Isso é que é grave, não :se compreendendo que do til só não compenetrem aqueles quo podem dispor de capitais para nacionali/ar- por completo aquela província, onde tanta riqueza se pode ter, onde há tanto que explorar, limitando-se talvez a pôr os seus dinheiros nos bancos estrangeiros e a criticar o patriotismo dos homens que estão no Governo.

A nossa soberania politica há-de vir sobretudo de podermos ter urna boa situação económica na província. Há que ter em vista todos os meios que conduzam a essa situação, assim como à supressão do despesas porventura exageradas, porque também por lá se seguiu o exemplo da metrópole e, por consequência, muito há que melhorar na administração. Quanto a perigos que me levem neste momento a optar pelo dispêndio de rios de dinheiro com o envio de 'forças, eu direi que do que preciso é do locomotivas e de muitos rails e de desenvolver as mina». E, Sr: Presidente, devo dizer que ainda há pouco se adquiriram locomotivas para o Caminho de Ferro de Moçainbiquo.

Tenho dito.

Vozes:—Muito bem.

O discurso será puldicado na integra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráfcaa que tfie foram enviadas.

Os «apartes» não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. Presidente:—Vai ler-se um convite enviado a esta Câmara pelo Aéreo Clube Brasileiro para a Mesa assistir h inauguração duma lápide na Torre de Belém, comemorando a travessia aérea do Atlântico.

ORDEM DO DIA

Continua a discussão do projecto n.° c'77-C, que extingue o comissariado da .Exposição do Rio de Janeiro.