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Sessão de 15 de Dezembro de 1922

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Ministério e, de então até à minha entrada no Governo, em Fevereiro deste ano, passaram pelo Ministério das Colónias cinco Ministros.

Mas eu ó que. sou acusado de ter à chave o relatório do Sr. Dr. Botelho da Costa; eu é que não cumpro o meu dever de responder com esse relatório às acusações que foram feitas.

Quando deu entrada no Ministério das Colónias o relatório de S. Ex.a, foi enviada outra cópia para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Nenhuma reclamação recebeu o Ministério das Colónias sobre os pontos versados polo Sr. Leote do Kêgo. A apresentação do memorandum não se fez no Ministério das Colónias.

Nada foi feito no Ministério das Colónias e, portanto, nada tenho a responder, porque não só eu tenho culpas. Se as há, são de todos os meus antecessores nesta pasta. (Apoiados). O Ministério dos Negócios Estrangeiros até hoje não achou o momento ainda de lhe.dar publicidade.

Nós já tínhamos sido acusados de não entrarmos em confidências. Isto é muito grave. (Apoiados).

Eecordo-me de em França ter sido acusado de traidor à pátria um Ministro. ' Ele tinha na algibeira um documento que o ilibaria por completo da acusação. Não o deu à publicidade porque tinha a responsabilidade desse documento.

E que os homens públicos têm de pensar nos seus ' actos e sacrificar-se pelos princípios e pelos altos interesses da Pátria.

Creio, Sr. Presidente, que provei à Câmara que esse documento fechado pode continuar' assim no Ministério das Colónias, mas isso não constitui .política de silêncio.

Relativamente ao outro ponto, quê é o que se refere à minha política de silêncio, sobre as negociações na África do Sul, eu devo dizer que naturalmente tenho um .grande defeito, o de falar pouco;; falta-me a figura, faltam-me aqueles dotes oratórios que tornam a palavra agradável, de modo que evito, tanto quanto .possível, de falar, visto a natureza não me ter .concedido esse dote de chamar a atenção dos que me escutam. .

Falo excepcionalmente, e, quando .tenho de, -falar, digo, sempre aquilo .que

sinto, respeitando sempre, evidentemente, os interesses do Estado.

Levantou-se a opinião pública, e muita gente tem estado, sobressaltada sobre o que haverá pela África do Sul.

Interrupção do Sr. Leote do Rego que se não ouviu.

O Orador: — Sr. Preside'nte: denuncia-da a Convenção, com q Transvaal, .no-/ meados os nossos delegados para tratarem cpm a África do Sul, a União Sul--Africana, pela boca do seu primeiro Ministro, o general Smuts, comunicou-nos« que, sobre os diversos pontos da Convenção, o que considerava mais importante: o que dizia respeito à questão doy caminho de ferro e porto de Lourenço Marques.

O general Smuts disse que, sobre,os outros pontos, facilmente se chegaria a um acordo, pois o que era indispensáve era chegar-se a um «acordo sobre o ponto de vista .do caminho de ferro de Lourenço Marques e seu porto, pois que o seu desejo era que esse caminho de ferro pudesse dar vasão à grande quantidade de" carvão que, dentro em breve, devia triplicar o tráfego, e que, para ter essa certeza, só havia um meio, que era a autonomia na administração do caminho de ferro e. porto de Lourenço Marques, tendo a União Sul-Africana a maioria sobre o Conselho de Administração.

Não aceitaram os nossos delegados esse ponto de vista.

O Sr. Smuths esforçou-se por mostrar que não tinha intuito algum de ofender a nossa soberania, mas que a União não podia estar a construir linhas de caminho de ferro .importantes, que iam desembocar todas no porto de Lourenço Marques,. sem ter a certeza do que esse porto não poria entrave ao tráfego da União.

Alegava-se por parte da União,, que não podia fazer o sacrifício de construir as .linhas que vinham ter a um porto, cuja administração não era perfeita, e que as mudanças sucessivas.dos-gover-. nos da metrópole e ,dps governadores 3é Moçambique não podiam c.óiis.titair garantia de que o porto e,càtainhos_de ferro de Lourenço Marques satisfaziam: às aspirações da União Sql-Ãfricaná'., J