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Sessão de 15 de Dezembro de 1ÔÈ2

que já tive eiísejo de ferir essa nota ein mais de um discurso no Congresso da República.

O Orador: — Sr. Presidente: a data é a que acabo de dizer, o nada se passou de anormal quê justificasse eu vir à Câmara dizer mais do que disse, quando à suspensão das negociações; e, se só passasse, eu viria chamar a atenção da Câmara para o lacto.

Há um. ponto a que me quero referir ainda, -e é que na imprensa se afirmou que Moçambique estava entre dois perigos, mil a União Sul-Africana, outro o Terreiro do Paço, o Ministério das Colónias.

Sr. Presidente: aqueles que estimam de alma o coração a boa administração do Estado, aqueles que se interessam realmente pela nossa vida colonial, e por consequência pela nossa vida nacional, não devem, a meu modo de ver, vir lançar acusações graves sem fundamento, pelas consequências que trazem ao País pelo motivo dos câmbios e do efeito no estrangeiro.

E 'necessário que eu para esse ponto chame mais uma vez a atenção da Câmara, porque é daqui que eu falo ao País. Tem-se procurado explorar com uma atitude que tomei em determinada ocasião relativamente aos Altos Comissários."

Estava no Ministério quando veio de fora uma. proposta para a criação de um Alto Comissariado, que abrangia Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Angola, a que eu chamei o império do Ocidente, pregun-tando porque se tinha excluído a Madeira e os Açores. (Risos).

Não concordei com este ponto de vista. Aqueles mesmos que colaboraram neste programa, não souberam explicar-me a razão que haveria para se fazer esta amálgama de colónias.

Devo esclarecer, Sr. Presidente, que eu nunca fui contra a autonomia administrativa das colónias, pelo contrário, acho-a conveniente. Mas a verdade é que misturaram as cousas, e quem não quero os altos comissários é porque quere ter nas mãos toda a administração das colónias, como se houvesse um Rodrigues Gaspar que andasse toda a vida a dirigir esta pasta. Isto é comezinho.

E ridículo que possa julgar se que haja alguém que pretenda tal cousa.

O que eu disse sempre ó que era um perigo estabclecer-sc uma lei que desse tais latitudes à administração das colónias, que pudesse suceder que quando" o Governo da metrópole tivesse de acudir em determinadas circunstâncias com uma certa medida, já não houvesse maneira de o fazer para evitar qualquer grande mal. Era este o meu modo de pensar. Hoje ainda penso da mesma forma.

Todos sabemos como se fazem campanhas; o que é preciso é que se apontem factos pelos quais 'se prove que eu esteja a ingerir-me nas atribuições dos altos funcionários.

Não há que temer da lei com a latitude de acção dada aos altos comissários.

O perigo é que nem sempre vão para os lugares que lhes competem as pessoas niais competentes.

Foi esta opinião que emiti no Senado; nunca fiz campanhas.

Disse desassòmbradamente no Senado ' o que pensava.

Numa. situação especial me tenho mantido teste Governo.

Interrupção do Sr. Carlos de Vasconcelos.

O Orador:—Vou concluir, mas frisarei este ponto: vi nos jornais um telegrama em que se atribuem ao Alto Comissário de Moçambique afirmações que, devo dizer, não acredito ele tivesse proferido, dando-se-lhe o significado que se lhe atribui. (Apoiados}.

O Alto Comissário, dizem, vinha à metrópole para defender a autonomia administrativa da província de Moçambique.

O Sr. Leote do Rego afirmou que o Alto Comissário tem toda a razão em dizer o que disse. ' '

O Sr. Leote do Rego: —