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Sessão de 15 de Dezembro de 1922

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que este facto é a repetição dos casos dos Transportes Marítimos é, como então, diz-se que mais uma vez se prova a honestidade da República, que faz com que se venha declarar que são precisos mais 6:000 contos, para saldar todo o rol de roubos que se praticaram, j E ato agora ainda não se levantou ninguém do Governo, para esclarecer este assunto !'

j Já se gastaram 14:000 contos, e ainda não se sabe se essa exposição se pode fazer !

; Não conheço condenação mais completa do regime que infelizmente nos governa !

Quando este lado da Câmara acusa com factos e números, tem-se vindo em palavras ocas fazer confrontos entre a administração republicana e a honesta administração da monarquia.

Mas não é com palavras que eu vou responder, é com números e factos; é com o relatório da comissão da exposição de 1908 no Rio de Janeiro, que vou ler.

Foi gratuitamente que a comissão nomeada prestou os seus serviços, é que os funcionários da monarquia não exigia.ni 1 l conto de réis por dia para tratarem dos seus interesses.

Mais uma vez nós vemos que a comissão era gratuita, ao passo que nesta questão da Exposição do Rio de Janeiro se pedem milhares de contos para servir uma pagodeira escandalosa que envergonha o regime.

Estabeleçamos o confronto, e não poderemos deixar de apreciar os processos da honrada monarquia, a única esperança do ressurgimento desta Pátria.

Eu vou continuar a ler.

No pessoal nomeado em 1908 não havia quem defraudasse o Estado, porque na monarquia não havia a política de segredo que existe na República.

Oomparem V. Ex.as as verbas que eu acabo de citar com as verbas que acabam de ser despendidas com esta malfadada Exposição.

Comparem o luxo asiático exigido pelos homens que tanto amor têm à democracia, e que não podem andar senão em automóveis luxuosos, com os servidores da monarquia que se serviam dum coupé puxado por modestos cavalos e à sua custa.

ÍJles andavam, por todas as formas, em

poupar até os últimos 5 réis, porque então vivia-se num regime em que as cousas se não faziam pôr não haver verba, ao contrário do que hoje sucede, em que tudo se faz apesar de não haver verba, simplesmente porque existe uma estamparia no Banco de Portugal para fazer notas.

Era assim que se cuidava dos dinhei-ros públicos quando se organizou a Exposição do Rio de Janeiro, em 1908. Aqui está, por exemplo, a conta de todas as despesas feitas durante o mês de Janeiro de 1908.

Quere dizer: soma das . despesas em todo o mês de Janeiro, 81Q:745^000. Vejam V. Ex.as e façam o confronto.

Noutra sessão, sobre a necessidade da construção dum pavilhão anexo, diz-se o que vou ler.

Sussurro.

O Orador:—Não querem ouvir? Hão--de ouvir, por muito que lhes custe.

O pessoal que foi ao Rio de Janeiro gastou 14 contos, mas eu continuo a ler.

Era assim que se administrava no tempo da honrada monarquia, que nós temos a honra de defender.

A despesa feita pela moDarquia foi de 14 contos; a despesa feita pela administração dos republicanos foi de 14:000 contos, para afinal a exposição nSo se realizar.

Aqui está o confronto entre as administrações dos dois regimes, e agora a Câmara que responda em sua consciência, dizendo quem tem mais autoridade para falar, se somos nós, que defendemos a honrada monarquia, se são os senhores, que envergonham a Pátria.

Tenho dito.

O discurso será publicado Tia íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.