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Diário da Câmara dos Deputados

prio Rei da Bélgica, tendo a assistência do Governo e de representantes coloniais, falou-se com altivez, para conhecimento da verdade, contra as' ameaças da África do Sul, entre as quais estava o estrangulamento de Katanga.

E assim que se repelem as ofensas ao brio,nacional. (Apoiados).

f}0 resultado desta atitude da Bélgica? <_ com='com' de='de' governo='governo' porventura='porventura' palavras='palavras' bélgica='bélgica' presidente='presidente' ele='ele' ter='ter' suas='suas' em='em' ao='ao' esse='esse' reclamações='reclamações' as='as' tinham='tinham' interpretadas='interpretadas' iateiro='iateiro' acusado='acusado' anunciar='anunciar' que='que' apressou-se='apressou-se' podia='podia' dissr.='dissr.' nada='nada' entrar='entrar' general='general' sido='sido' ilecla-tou='ilecla-tou' dias='dias' mal='mal' dois='dois' não='não' contra='contra' _='_' a='a' país='país' dentro='dentro' e='e' mundo='mundo' sinutts='sinutts' bélgica.='bélgica.' acatava='acatava' negociações.='negociações.' o='o' p='p' união='união' desejava='desejava' da='da'>

£ O que se passou em Portugal ?

Quando alguém, como eu, levanta a sua voz para chamar a atenção da Nação Portuguesa, que tam facilmente rse deixa arrastar a este grande perigo, é acusado de anti-patriota.

Agradeço a referência feita pelo Século, porque, tendo já 50 anos, ainda mantenho a característica da mocidade, diz o Século. Não fui 'ainda escolhido para Ministro, mas, a respeito disso, direi — tenho pena de estar a tomar a atenção da Câmara com a minha pessoa — direi, repito, que não quero ser Ministro vpela simples razão da minha incompetência. Não penso como aqueles que fazem colecção de camafeus, bengalas, etc.

Quero um dia morrer, mas com a consciência de ter servido a verdade.

Em Portugal, Sr. Presidente, aqueles 'que, como eu; levantam a sua voz para que o País acorde e veja a incúria dos seus dirigentes, não acusados de despeitados e até de anti-patriotas.

Um dia, porém, p País verá quem são os patriotas, se aqueles que se limitam a trazer no bolso a chave do silêncio, ou os que tem passado uma vida inteira sem nada quererem para si.

Sr. Presidente: estou certo que todos os ilustres membros desta Câmara sabem o que se passou na África do Sul, depois da Guerra dos Boers; no emtanto eu vou ler à Câmara alguns trechos de um me-morandum de Lord Salisbury.

Já vê a Câmara, pela leitura que fiz, que se confessa aqui muito claramente que, se não fosse o auxílio da mão de

obra portuguesa, a fome e a miséria rei nariauí na região mineira.

Por essa época podíamos ainda prescindir de uma grande parto da mão de obra, sem grande perigo da colónia, o que já hoje não é assim.

Ternos feito, é facto, enormes sacrifícios; porém, a colónia tem-«e desenvolvido extraordinariamente.

O que é um facto, Sr. Presidente, é que em obediência aos compromissos tomados, temos fornecido o q.ie podemos e sacrificado até todas as receitas da província, ao porto de Lourenço Marques.

Temos, repito, prestado os mais relevantes serviços; porém, não temos tido nenhum reconhecimento, antes pelo contrário têm-se levantado campanhas de descrédito contra nós, o que é realmente para lamentar.

E por fim à medida que vamos caminhando para o termo do convénio. A'emos surgir de repente a ameaça da construção de um novo caminho de ferr.o em concorrência com o de Lourenço Marques e de se prescindir da nossa emigração.

Antes' de o acentuar, quero recordar um facto que parece estar já varrido da memória de muitos portugueses.

Refiro-me à nossa participação no conflito europeu.

Dir-se há que os milhares de homens que Portugal lançou na^fogaeira, quer em França, quer em África, nada representam em confronto com o turbilhão de milhões de homens que tiveram de pegar em r ar m as contra os alemães.

É certo, mas é bom não '3squecer o aspecto moral da nossa desinteressada participação dos formidáveis sacrifícios que, sob o ponto de vista financeiro, o País se viu obrigado, a fazer para traçar e manter a sua nobre e alevantada atitude de beligerante.