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Diário da Câmara dos Deputados

estou arrependido nem julgo que tenha de arrepender me de haver adoptado o procedimento de que usei, pois estou convencido até de que se a seu tempo e oportunamente do mesmo modo se tivesse procedido com o caso dos Transportes Marítimos, como dos Bairros Sociais e tantos outros, eles não teriam vindo a atingir as proporções que chegaram a ter, para vergonha de todos nós e desprestígio da Republica.

Apoiados.

Não procedi assim por qualquer sentimento de exibicionismo, e tam somente porque me habituei a cumprir o meu de-yer desde os tempos em que nos tribunais comecei a exercer funções de magistrado.

Nesta Câmara há pessoas que me conhecem -desde esse tempo e essas pessoas podem bem confirmar que sempre cumpri o meu dever inexoravelmente, através de tudo.

Eni mil situações iguais, em que ainda tenha de ver-me, assim procederei sempre, jamais deixaudo de cumprir indefec-tívelmente o meu dever.

Investirei com os cancros para os extirpar, absolutamente tranquilo com a minha consciência.

• E só, ao atravessar este silvado de interesses inconfessáveis que é, infelizmente, a nossa sociedade actual, tiver de sentir as carnes rasgadas, poderei baquear, mas no meu posto, mas de alma lavada e consciência intemerata.

Sr. Presidente: como já disse, não usarei este procedimento por exibicionismo, mas porque entendo que como republicano e coma português devo honrar o nome da República e a Pátria onde nasci.

Devo informar a Câmara de que fui gentilmente autorizado pelo Sr. Ministro do Comércio a fazer a leitura dos documentos a que me referi há pguco.

Tenho dito.

O Sr. Ministro do Comércio é Comunicações (Fernando de Brederode): — Sr. Presidente: com certeza nenhum dos Srs. Deputados que têm usado da palavra sobre, este assunto deseja mais do. que eu que se faça toda a luz sobre o caso. para que a Câmara possa votar conscientemen-íe o projecto que se está discutindo.

Vejo que de todos os- lados d

me foram feitas preguntas sensivelmente semelhantes.

Começou o Sr. Morais Carvalho, por me preguntar se eu poderia tomar o compromisso de que, votado o crédito que é aberto por esta proposta, nunca mais voltaria aqui nenhum pedido de novos créditos, e se também, o emprego desta importância seria suficiente para que as obras terminassem a tempo de s. exposição abrir ainda durante um período que não nos desonrasse.

Estas mesmas preguntas foram feitas pelos Srs. Alberto Xavier e Lúcio de Azevedo.

Somente o Sr. Carvalho da Silva é que no seu discurso veio abordar um assunto completamente diverso, fazendo a comparação entre o que tôin sido os trabalhos do comissariado na exposição de 1922, com o que foram os trabalhos da comissão que organizou a exposição de 1908.

Como S. Ex.a trouxe dados, números e factos, que são possivelmente desconhecidos da Câmara, eu vou explicar alguns factos que foram omitidos por S. Ex.a, e que dão uma feição absolutamente diversa ao assunto, desmanchando o efeito político que S. Ex.a quis tirar da sua comparação.

Como se trata dum incidente e não propriamente da parte principal da discussão, parece-me mais lógico ocupar-me previamente dele para o arrumar e pôr de parte a política, no mau sentido que a palavra tem.

Sr. Presidente: pelo decreto que organizou todos os trabalhos da comissão de 1908, se conclui o que muitos dos Srs. Deputados, como eu, 'ignoravam certamente e é que a exposição daquela época era unicamente uma exposição nacional, brasileira, e não uma exposição internacional, como esta de 1922, e só por uma especial deferência do Brasil para com Portugal, o nosso país teve nessa oxposi-ção uma secção sua.

Evidentemente, portanto, a exposição de 1908, teve uma importância muito menor do que esta de 1922.

Sucede ainda que o Grovêrnc'brasileiro, levando mais longe a sua gentileza para com Portugal, pôs ao seu dispor um pavilhão em estilo manuelino.