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Diário da Câmara aos í)eputactot

Assim, é em grande parte a S. Ex.a que se deve atribuir o bom êxito da nossa exposição no Rio de Janeiro, realizada em 1908.

O Sr. Carvalho da Silva: — Só tenho que felicitar V. Ex.a pela sua correcção e pelo seu espírito de justiça.

O Orador: — Detesto a hipocrisia o nunca me arrependi de ser justo e de falar verdade.

Posto isto, permita-me o ilustre Deputado Sr. Carvalho da Silva que eu não insista neste caso e que me dispense de estabelecer confrontos entre a exposição de 1908 o a de agora...

O Sr. Carvalho da Silva: —O confronto está já estabelecido por V. Ex.a

O Orador: — Sr. Presidente: para responder às pregnntas que me foram feitas propriamente sobre o assunto em discus-

o, devo começar por fazer um pouco de ãstória.

Eu nunca fiz na minha vida tam grande sacrifício como o de aceitar o cargo de Ministro.

24 horas depois de ter tomado conta da minha pasta, vi que esse encargo era muito superior às minhas forças e que dele me não poderia desempenhar cabalmente...

Vozes:—Não apoiado.

. O Orador: — O Sr. Vasco Borges, com aquela correcção que ele costuma usar em todos os seus actos, pôs-me integramente ao facto de todos os assuntos que diziam respeito à nossa representação na Exposição do Rio de Janeiro, e disse-me que tendo esses assuntos entrado numa fase aguda, visto a escassez do tempo de que ainda podíamos dispor urgia tomar uma medida, o que ele se propunha fazer trazendo à Câmara o projecto de lei que agora se discute.

Entendi que não me devia opor aos desejos de S. Ex.a que era nesse momento quem possuía todo o conhecimento para o poder fazer. O projecto foi apresentado e eu permiti-me, então, chamar a atenção da Câmara para a necessidade de o votar urgentemente.

Ijlm l de Dezembro, o Sr. Vasco Borges

reconheceu ser absolutamente necessária a substituição do Comissário por outra pessoa que oferecesse garantias de levar a bom termo a nossa representação.

Não somos só nós que não conseguimos abrir todos os pavilhões, pois um deles já está aberto; há também outras nações que não conseguiram abrir os seus pavilhões e até o próprio Brasil tem um pavilhão por abrir e tudo leva a crer que o prazo da exposição seja prorrogado.

O que temos a fcizer é pagar o que devemos e creio que não há nenhum português, seja qual for a sua opinião política, que não jqueira pagar o que deve.

Isto pelo que se refere a uma parcela; a outra diz respeito às obras de conclusão dos pavilhões, conforme julga o Sr. Ricardo Severo.

Quanto às preguntas dos Srs.'Morais Carvalho, Alberto Xavier o Lúcio de Azevedo, eu telegrafei ao embaixador, e aqui devo acrescentar que os telegramas que vieram nos jornais não sLo verdadeiros.

Eu não contava com verba alguma sem ela ser votada pela Câmara dos Deputados, assim como farei todos os esforços par;>. que o Senado não se demore na apreciação deste projecto.

Não posso vir trazer à Câmara uma informação mais bem fundamentada do que aquela que' tinha no meu Ministério.

E provável que amanhã ou depois venham informações do Sr. embaixador, mas emquanto não vierem tenho de me resumir a dizer que as importâncias que calculo serão precisas são: 4.500 contos portugueses para pagamento de dívidas no Brasil, 1.500 contos também portugueses para conclusão das obras no Rio de Janeiro e, segundo já disso à Câmara, julgo necessários mais 1.500 contos para pagamento das dívidas em Portugal.

Evidentemente que, mesmo chegando a informação do Sr. embaixador, ainda estes números estão sujeitos a correcção, por isso que se trata dam crédito aberto em moeda portuguesa para í;er transformado em parte em moeda brasileira.