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Sessão de 19 de Dezembro de 1922

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ram demais no exame e no detalhe da obra do Sr. Lisboa de Lima, porquanto, não é justo responsabilizar o Sr. Lisboa de Lima por todos os desastres da Exposição, porque toda a gente conhece e sabe que antes do Sr. Lisboa de Lima lá chegar a situação era muito pior do que depois de S. Ex.a lá estar.

Toda a gente sabe que «- queda dos pavilhões não existiu, pois que caíram unicamente "dois mastros que era o que estava levantado.

Não tenho relações com o Sr. Lisboa de Lima, não conheço S. Ex.a senão ligeiramente, recordo-me de que foi Ministro da Kepública e por sinal a quem se deve o início da nossa obra colonial, a modificação das pautas orgânicas, mas acho estranho -que somente sobre o Sr. Lisboa de Lima recaiam as culpas que pertencem a mais gente..

Não temos elementos para julgar nem o Sr. Lisboa de Lima nem todos os responsáveis.

O Sr. Ministro do Comércio de então fez o que pôde fazer, mandando abrir um inquérito ou sindicância aos funcionários responsáveis, e pelo que diz respeito à nossa representação entendeu substituir o Sr. Lisboa de Lima por uma pessoa que no Brasil é muito respeitada, que ali fez uma fortuna unicamente ãevido ao seu trabalho, à sua inteligência, e que no exercício da sua profissão é uma pessoa de facto competente.

Quanto aos juízos a'"*fazer acerca do Sr. Lisboa de Lima, parece-me que é precipitado tudo quanto se diga e faça.

Magoa a minha consciência de republicano que um homem que tem um passado inteiramente digno, que tem servido a República com desinteresse, e tanto desinteresse que aceitou um lugar de tanta responsabilidade como é o de comissário da nossa Exposição no Eio de Janeiro, que todos sabemos que esteve um certo tempo sem ter verba com que satisfazer despesas urgentes, assim .como ninguém ignora a dificuldade que aqui houve para se votar o crédito de 2:000 contos, seja discutido de ânimo leve.

,; Tudo quanto se fez é, porventura, somente da responsabilidade do Sr. Lisboa de Lima? ^Não serão igualmente responsáveis os autros funcionários, as numerosas pessoas que o Sr. comissário foi obri-

gado a levar para o Brasil sem ter nei cessidade delas ?

O Sr. Yasco Borges: — Quem o obrigou?

O Orador:—Houve funcionários, repito, que foram para lá e que -o Sr. Lisboa de Lima foi obrigado a levar, sendo certo que, antes de S. Ex.a partir, já para lá tinha ido uma verdadeira turba-multa.

Não quero, por agora, fazer mais declarações a. este respeito ; faço* esta afirmação porque tenho a certeza de que ela é verdadeira; se o Sr. sindicante me quiser ouvir, com muito prazer direi tudo aquilo de que tenho conhecimento.

E necessário que a nossa representação na Exposição do Rio de Janeiro seja levada a efeito. Todos os portugueses regressados do Brasil afirmam que todo o período antes da chegada do Sr. Lisboa de Lima ao Brasil'foi absolutamente vergonhoso, chegando-se ao ponto dos operários andarem a jogar à pedrada com os capatazes, nada produzindo nos pavilhões.

É necessário votar o crédito preciso para que a nossa representação se faça.

Votamos este crédito porque entendemos não poder abandonar a Exposição, pois que o Brasil, assim como a nossa colónia, esperavam que o pavilhão português se erguesse, supondo, e era certo, que ele seria a cousa melhor, tue seria o que chamaria mais gente, porque, como todos sabem, a Exposição do Rio de Janeiro foi um desastre.

Sr. Presidente: votamos os 6:000 contos; (imas para que é que vai do País mais outra jangada de pessoas?

^Pará ser mais um cancro na Exposição do Brasil?

Acho absolutamente inútil que isso se faça.