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Sessão de 19 de Dezembro de 1922

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O decreto de 1908 foi assinado pelo Sr. José Malheiro Reimão, croio que era o pai do Sr. Malheiro Reirnão, e pelo Sr. Aires de Orneias, actual leader da mino-• ria monárquica.

O Sr. Carvalho da Silva Silva leu várias cifras de quantias gastas pela comissão que organizo-u a exposição e é fácil de ver a maneira como S. Ex.a fez a comparação.

O Sr. Carvalho c*a Silva: — Realmente as cifras não têm comparação. ..

O Orador:—S. Ex.a cita, por exemplo, um chefe de repartição a ganhar 45$.

Esse chefe de repartição era o Sr. Conde de Nova Goa, um funcionário muito distinto, mas qiie era lente de agronomia, motivo por que os 45$, eram uma gratificação e não um ordenado. - S. Ex.a citou também uma máquina de escrever e duplicador por 105$.

Eu mandei batem saber a várias casas quanto custa urna máquina de escrever e os preços que me foram fornecidos mostram bom às diferenças. E a proporção que há quanto a estas verbas existe a respeito das outras.

Podemos comparar os 135 contos que estão indicados no orçamento dessa comissão com os 14:000 contos que se gastam com a Exposição do Rio de Janeiro, para mostrar que as cifras não eram exageradas, mas s'ou o primeiro a concordar com S. Ex.a que os 15:000 contos excedem muito o que se devia ter gasto.

Não quero dizer que o Comissário referido seja culpado ou não, mas o. que é certo é que não se pode comparar esta exposição com a de 1908 realizada no tempo da monarquia dos adiantamentos, como S. Ex.a ironicamente lhe chamou, no que não acompanho S. Ex.a

Houve casos pavorosos na monarquia •como os tem havido na República.

S Ex.H também chamou ao regime ;,„ tu

Sr. Presidente: censurável seria se a República, praticados neste assunto quaisquer delitos, os não castigasse, mas escândalos neste género tem-os havido sempre.

Tivemos na França os escândalos do Panamá e a França não se desonrou.

A França não deixou até de castigar um homem como Fernando Lessepss. • Escândalos foram também as reformas do contrato dos tabacos feitos no tempo de Sidónio, com que o Estado tem perdido milhares de contos.

Foi num intervalo do regime, em que êle/le República só teve o nome.

Apartes.

O Orador : — Sr. Presidente: eu só tenho em vista esclarecer a Câmara. Na exposição de 1908 foi-nos feito um convite para expormos os nossos produtos e foi--nos concedido um terreno, onde se construíram pavilhões, sendo a parte restante ajardinada.

Afirmar-se há que as verbas actuais são exageradas, mas eu tenho de dizer ao Sr. Carvalho da Silva que é mester atender ao valor da moeda.

Houve também a necessidade de construir uns grandes caboucos para um dos pavilhões por virtude da natureza do terreno.

Aceite S. Ex.a a. proporção de l para 5, e considere a desvalorização, e chegará à conclusão de que as verbas não são exageradas.

Interrupção do Sr. Carvalho da Silva que não se ouviu.

O Orador: —Sr. Presidente: o Sr. Carvalho'da Silva pode ainda dizer também que a República teve a infelicidade de escolher um homem para dirigir os negócios da exposição que não dispôs dos do-, tes necessários para tal missão, !emquan-to que a monarquia teve a felicidade de nomear uma comissão cm que havia nomes como Madeira Pinto e que era presidida por um homem a quem presto a minha homenagem de respeito o Sr. Conselheiro Schroeter.

Qaando essa comissão retinia, o Sr. Schroeter comparecia a todas as reuniões trabalhando 'todos bastante, o que hoje é difícil conseguir em qualquer comissão, como tem sucedido no meu Ministério.