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Diário da Câmara dos Deputados
O Orador: — O novo Partido não tem a preocupação de assumir as cadeiras do Poder, nem o prazer de se sentar nessas cadeiras.
Apoiados.
O novo Partido, repito, não tem o prazer de se sentar naquelas cadeiras, porém, na ocasião em que fôr chamado para o fazer, tratará de realizar a obra que é reclamada pelo Povo Português.
A nossa atitude, relativamente ao actual Govêrno, será serena, não deixando, no emtanto, de se preocupar, por todas as formas, com a realização da obra moralizadora, que tam necessária é para a Pátria e para a República.
Apoiados.
Sr. Presidente: ditas estas palavras, terminarei por renovar as minhas saüdações a V. Ex.ª, como Presidente da Câmara, e a todos os partidos aqui representados, dizendo novamente a todos os republicanos existentes dentro desta Câmara, e fôra dela, que podem contar com o nosso maior esfôrço no sentido de se glorificar a República.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem!
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, devolver as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Presidente: — Em vista das declarações que acabam de ser feitas pelo ilustro Deputado Sr. Álvaro de Castro, atendendo a que alguns Deputados já têm pedido a palavra sôbre o assunto, eu vou consultar a Câmara sôbre se permite que files falem.
S. Ex.ª não reviu.
A Câmara resolveu afirmativamente.
O Sr. Paiva Gomes: — É com prazer, Sr. Presidente, que nós vemos que para o novo agrupamento entraram antigos republicanos, elementos que à República têm dado o melhor do seu esfôrço.
Esta satisfação é sincera, por isso que todos nós vemos que a formação dêsse novo agrupamento é útil para a vida da República, dando-nos a agradável impressão de que chegou o termo das lutas partidárias entre republicanos, das lutas que se têm aqui travado, pode dizer-se, quási à mão armada.
Vejo felizmente, Sr. Presidente, que, depois de várias tentativas, se chegou a uma fórmula, que sem dúvida será útil para a República, útil para o País e útil também para o próprio Partido Republicano Português, a que tenho a honra de pertencer.
Ouvi com toda a atenção as considerações feitas pelo ilustre Deputado Sr. Álvaro de Castro, e com toda a sinceridade dirijo as minhas saüdações ao novo Partido, fazendo votos ardentes para que os propósitos de S. Ex.ª sejam inteiramente executados.
Li o manifesto que êsse partido dirigiu ao País, no qual, devo dizer em abono da verdade, se encontram exarados princípios que são os mais salutares e os mais úteis para a vida da República.
Oxalá que êles correspondam à realidade, e que o País compreenda os seus intuitos.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: o ilustre Deputado Sr. Álvaro de Castro acaba de comunicar à Câmara a constituïção do novo Partido Republicano, tendo começado por saüdar todos os lados da Câmara, sem distinção de côres políticas.
Também nós, Sr. Presidente, dêste lado da Câmara não podemos de maneira nenhuma deixar de saüdar o Sr. Álvaro de Castro e bem assim o novo Partido, em nome do qual S. Ex.ª falou.
Sr. Presidente: deve dizer, em abono da verdade, que até hoje êste lado da Câmara se tem dado muito bem com todos os membros do Partido Reconstituinte e do Partido Liberal, e assim não será agora, pelo simples facto de mudarem de nome, que nós havemos de nos dar mal.
Os membros do novo Partido, em nome do qual o Sr. Álvaro de Castro falou, serão para nós sempre os mesmos que constituíram os antigos Partidos Reconstituinte e Liberal, com quem sempre nos demos muito bem, e bem assim os antigos