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Sessão de 19 de Fevereiro de 1923
membros dos Partidos Unionista e Evolucionista com quem também sempre nos pernos muito bem; e, sendo assim, não há razão para que essa situação se modifique, pelo simples facto de terem mudado de nome.
Não podemos, pois, deixar de apresentar as nossas saüdações, se bem que sejamos adversários políticos.
Pelo contrário. Pelas declarações que o Sr. Álvaro de Castro acaba de fazer à Câmara, vê-se que não são alteradas as condições, em que até agora o Parlamento tem vivido.
Poderia ao menos S. Ex.ª ter declarado, em nome do Partido que mudou de designação, que intensificaria a sua acção de oposição ao Govêrno, mas nem isso sucedeu, tendo até S. Ex.ª dito que o novo agrupamento aguardará com serenidade o momento em que possa ser útil a sua acção no Govêrno.
Desde que o novo agrupamento ainda não reconhece útil a sua acção no Govêrno e continua serenamente a esperar a hora em que o Poder lhe seja entregue, mantém-se absolutamente a mesma situação política e nós, apenas por uma questão de delicadeza, cumprimentamos os nossos antigos colegas que continuam a ser os mesmos, apenas com o nome mudado tendo deixado de pertencer ao Partido Republicano Liberal e Partido Republicano Reconstituinte para constituírem o Partido Republicano Nacionalista.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente: por parte do Partido Católico eu saúdo o novo Partido Nacionalista.
Ouvi atentamente o seu ilustre leader, Sr. Álvaro de Castro; considerei devidamente o programa dêste Partido, li o extraio dos jornais sôbre os discursos pronunciados ontem na sede dêsse Partido pelos Srs. Ginestal Machado, Cunha Leal e outros Srs. Deputados, e fiquei bem elucidado dos propósitos do Partido Nacionalista.
Na marcha para o levantamento do País, em que todos estamos empenhados, é absolutamente necessário acabar com todos os motivos de paixões irritantes que nada interessam ao bem da Pátria.
Uma dessas questões é a chamada questão religiosa, que tem vindo sempre agitando o País desde o tempo do Marquês de Pombal, dividindo a família portuguesa.
O novo Partido Nacionalista vem dizer ao País que quere respeitada a tradição religiosa nacional.
Bem haja êsse Partido por esta declaração, porque dêste modo afasta um dos motivos mais importantes do conflito entre todos os portugueses.
Por parte da maioria e de outros agrupamentos da Câmara foi acolhido com simpatia o programa do novo Partido.
Não temos senão de congratularmo-nos por tal facto.
A Igreja e a tradição religiosa devem ser consideradas como um dos elementos do nosso património nacional.
Eu não posso, portanto, deixar de saüdar com especial carinho o novo Partido pela forma como pôs a questão religiosa, fazendo votos para que os seus destinos sejam prósperos, sobretudo no sentido de que as suas prosperidades incidam, como devem incidir, com as prosperidades de Portugal, que é a nossa Pátria.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, nestes termos, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): — Sr. Presidente: em nome do Govêrno eu apresento ao novo Partido Nacionalista as minhas saüdações.
O Sr. Álvaro de Castro, pelo seu passado republicano e pelos seus altos serviços ao País, serve de garantia para afirmar que efectivamente da organização do novo Partido algum bem resulta para o regime.
Não posso deixar de me referir às palavras do Sr. Álvaro de Castro, quando S. Ex.ª disse qual a atitude do novo Partido para com o Govêrno.
Exactamente o que o Govêrno deseja é uma fiscalização severa, para o cumprimento da lei e para que a moralidade triunfe.