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Sessão de 1 de Maio de 1923
parecido à sessão da noite. E se a sessão ainda agora funciona é isso devido ao capricho da maioria, tanto mais que não há número para se votar tudo nesta sessão.
Nós entendemos que realmente, embora discordemos em absoluto do artigo 1.º do parecer em discussão, em que se criam novos lugares e se aumenta a despesa, a tabela proposta pelo Sr. Ministro do Interior deve ser votada.
E, porque assim é, não quisemos ser nós os causadores de íalta de número para a votação.
Mão V. Ex.ª, Sr. relator, só tem de protestar contra os seus correligionários, alguns dos quais, como, por exemplo, o Sr. Luís Ricardo e outros, votaram êsse requerimento e não compareceram às sessões.
Vou terminar as minhas considerações, repetindo que damos o nosso voto à tabela da guarda republicana.
Não nos preocupam as ideas políticas dos soldados da guarda, e apenas olhamos a praticar um acto justo.
A. guarda republicana ganha, porventura, em dois ou três meses tanto ou menos do que a polícia, com a diferença dê que a guarda republicana para alguma cousa serve, e a polícia de Lisboa, infelizmente, pròpriamente a polícia de segurança, civil, sem falar da polícia secreta, que ninguém sabe quantos agentes tem, nem por onde ganha, a polícia não tem sabido cumprir o sen dever, como tem ficado demonstrado.
Apoiados.
A guarda republicana está sujeita à iminência de não ter soldados.
Parece que, realmente, os soldados da guarda estavam a ganhar cento e tantos escudos.
Era insustentável esta situação;. e por isso a proposta tem o nosso voto.
Já agora permitam-me que me refira à banda da guarda republicana.
Um jornal republicano, embora muito delicadamente, trata da minha pessoa, diz que eu protestei contra a banda da guarda republicana e quis que se dispensasse a pancadaria do bombo.
Melhor seria, diz o jornal, que se dispensasse outra espécie de pancadaria.
A banda serve, afirma o jornal, para educar o povo.
Eu não quero que a banda se extinga; quero sim que se reduza às proporções de poder desempenhar a sua função, visto que se demonstra que gasta por ano...
O Sr. António Mendonça: — Tem noventa e três músicos; os restantes são aprendizes.
O Sr. Júlio Gonçalves: — Quantos músicos achava V. Ex.ª que devia ter á banda da guarda republicana?
O Orador: — Bastava que tivesse setenta. Em França...
O Sr. António Mendonça: — Tem oitenta e duas figuras o mínimo.
O Orador: — Em França, que é um país tam grande, a banda tem oitenta e duas figuras; e nós temos noventa e três.
Nem há coreto para êles.
A banda da guarda municipal tinha apenas, como a Câmara sabe, quarenta e cinco figuras; pois, apesar disso, quando da sua viagem a Tui e a Badajoz, foi premiada, isto é, obteve os primeiros prémios.
Tinha apenas quarenta e cinco figuras, repito, porém executava todos os repertórios desde os mais complicados até os mais simples.
Hoje, Sr. Presidente, a banda da Guarda Nacional Republicana tem nada mais nada menos do que cento e dez figuras e apenas toca aos sábados na parada do quartel, para ser ouvida ùnicamente por aqueles que não têm que fazer.
Para a Câmara ver a enormidade de figuras que tem actualmente a banda da Guarda Nacional Republicana, basta dizer que, para ela poder tocar no Jardim da Estrela a fim de se fazer ouvir pelo povo, necessário só torna construir um estrado para ela, visto que não cabo no coreto.
É esta a situação em que se encontra actualmente a banda da Guarda Nacional Republicana, tocando apenas aos sábados na parada do quartel para ser ouvida somente por aqueles que nada têm que fazer, se bom que se esteja gastando cora ela 45 contos.
Devo dizer a V. Ex.ª que nós estamos prontos a dar o nosso voto ao aumento proposto para a guarda republicana apresentado pelo Sr. Presidente do Ministério