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Diário da Câmara dos Deputados
da mesma forma que demos o nosso voto para- o aumento proposto para a guarda fiscal, não estando dispostos nó emtanto a votar mais aumentos que porventura sejam podidos, por exemplo para a polícia e para a marinha, visto que na realidade se encontram, numa situação completamente diferente, a da marinha, por exemplo, que, quando em pôrtos estrangeiros recebe em ouro.
O Sr. Jaime de Sousa: — Recebe em ouro para gastar em ouro.
O Orador: — Eu já ouvi dizer, Sr. Presidente, que um sargento dê marinha, quando da sua última estada no Brasil, ganhando um conto por mês, conseguiu arranjar dinheiro para comprar um prédio.
O Sr. Manuel Fragoso: — Deve ter sido certamente um prédio de papelão comprado no Grandela.
O Sr. Carvalho da Silva: — Havia uma maneira fácil de tudo se averiguar: seria fornecer a êste lado da Câmara todos os documentos que podem esclarecer a verdade.
Feitas estas considerações, eu direi que rejeitamos o artigo 1.º e aprovamos as tabelas.
Tenho dito.
O orador não reviu.
Leu-se a moção do Sr. Paulo Cancela de Abreu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Declaro a V. Ex.ª que êste lado da Câmara, quando chegar a votação, requere uma contraprova invocando o § 2.º do artigo 116.º
Foi aprovada a moção do Sr. Manuel Fragoso.
O Sr. Carvalho da Silva: — Requeiro a contraprova e invoco o § 2.º do artigo 116.º
Feita a contagem, foi aprovada por 55 votos.
Foi rejeitada a moção do Sr. Paulo Cancela de Abreu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Requeiro a contraprova.
Feita a contraprova, foi rejeitada.
Foi aprovado o projecto na generalidade.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Requeiro a contraprova.
Foi aprovado.
Leu-se o artigo 1.º
O Sr. Alberto Jordão: — Eu, que já tive ocasião de falar sôbre a doutrina do artigo 1.º, protesto contra o facto de se fazerem despesas quando temos um tam grande deficit.
E na verdade para admirar que seja o próprio Sr. Presidente do Ministério que venha trazer esta proposta.
O Estado Português faz-me lembrar um fidalgote arruinado que tem a veleidade de manter a sua casa com a mesma ostentação dos tempos da opulência.
Nós não temos o direito de fazer, isso.
Diz-se que o aumento é pequeno, pois há só a dar uma gratificação; mas mesmo isso não se deve dar.
De mais, esta criação de segundos comandantes serve apenas para criar nichos.
Não é sem o meu mais veemente protesto que o artigo 1.º será aprovado.
Em Évora vai anichar-se mais um major.
Eu, até, a propósito dos lugares de segundos comandantes, já ouvi dizer que se prestigiava a guarda Republicana.
Isto é deprimente!
Nós não precisamos de objectos de luxo, porque o Estado não está em condições de fazer despesas, embora sejam de pequena monta.
Bem sei que se trata apenas de 3 contos; mas essa verba pode ser empregada em cousas mais úteis.
Nego absolutamente o meu voto ao artigo 1.º: mas concordo com a tabela que se refere ao preço.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — O artigo 1.º tem sido a causa da demora da discussão dêste assunto.
Toda a Câmara está de acôrdo com a tabela de saldos, e a culpa da demora deve-se apenas ao Sr. Ministro do Interior, que pretendeu que esta proposta fôsse presente à discussão sem ser discutida.