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Diário da Câmara dos Deputados
Mas, Sr. Presidente, a guerra dos pôrtos do Sul da África contra, o nosso pôrto manteve-se sempre.
O Sr. Presidente: — Devo prevenir V. Ex.ª de que faltam apenas cinco minutos para se passar à hora destinada para antes de se encerrar a sessão, e, assim, se V. Ex.ª quiser, poderá ficar com a palavra reservada para a sessão de amanhã.
O Orador: — Nesse caso, se V. Ex.ª me permite, ficarei com a palavra reservada para a sessão de amanhã.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
Antes de se encerrar a sessão
O Sr. Vasco Borges: — Sr. Presidente: pedi a palavra para antes de se encerrar a sessão, estando presente o Sr. Ministro da Instrução, para chamar a atenção de S. Ex.ª, sôbre o que se está passando no Teatro Nacional, chamado de Almeida Garrett.
Como V. Ex.ª e toda a Câmara sabem, o Teatro Nacional é um estabelecimento do Estado, dependente do Ministério da Instrução Pública, razão por que eu desejo chamar a atenção do Ministro da respectiva pasta para o que ali se está passando, e que eu não posso deixar de classificar de verdadeiramente vergonhoso e deprimente para a arte nacional, e tanto mais deprimente quanto é certo tratar-se dum estabelecimento que vive sob a égide do Estado.
Sr. Presidente: o facto não se pode nem deve atribuir ao regime da sociedade artística, mas sim à forma como funciona essa sociedade artística, que não está ao nivel daquele teatro, pois a verdade é que se têm apresentado ali actualmente espectáculos os mais indecorosos.
Sr. Presidente: dêstes factos poderão ser testemunha alguns Deputados, que aqui se encontram e que assistiram ao espectáculo que ali se realizou no sábado passado, por exemplo, em que se representaram os Peraltas e Sécias, cuja acção se passa no tempo de D. Maria I, aparecendo os artistas de risca ao lado, penteados à espanhola.
Isto, Sr. Presidente, a meu ver, representa uma falta de respeito pelo público, por elas próprias e pela casa onde representam.
Êste estado de cousas não pode continuar, e, assim, espera que o Sr. Ministro da Instrução, que é uma pessoa culta a ilustrada, tome as providências que o caso requere, de forma a que se ponha têrmo, aquele estado de cousas.
Noticiam os jornais, Sr. Presidente, que a sociedade artística se propõe realizar uma tournée pelas províncias, a qual tem necessàriamente por objectivo educar o resto do país, que também precisa conhecer a nossa arte dramática; porém, eu chamo para o assunto egualmente a atenção do Sr. Ministro da Instrução, a fim de que se não exibam por êsse país fora aquelas farrapagens artísticas.
Creio, Sr. Presidente, ter cumprido um dever, chamando a atenção do Govêrno, isto é, do Sr. Ministro da Instrução, para o assunto, visto tratar-se efectivamente duma função que interessa à educação, à cultura do povo português.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro de Instrução Pública (João Camoesas): — Sr. Presidente: ouvi com a máxima atenção as considerações feitas pelo ilustre Deputado o Sr. Vasco Borges, relativamente a um assunto que, na verdade, já era do meu conhecimento, o que diz respeito ao que se está passando no Teatro Nacional.
Podem o ilustre Deputado e a Câmara estar certos de que eu não hesitarei em cumprir inteiramente o meu dever, procurando organizar um sistema que tenha por fim honrar o país e a arte de representar.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — A próxima sessão será amanhã, à hora regimental, com a seguinte ordem de trabalhos:
Antes da ordem do dia:
A que estava marcada, (pareceres n.ºs 455, 470, 205, 350, 378, 353, 160 e 284.
Ordem do dia:
Negócio urgente, do Sr. Álvaro de Castro, sôbre a questão de Moçambique, e a