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Diário da Câmara dos Deputados
Com relação aos benefícios que os serviços religiosos têm prestado à civilização, permita-me a Câmara que eu leia alguns extractos de livros de história colonial, que darão a impressão do que êsses benefícios têm sido.
O orador faz a leitura de trechos de diversos escritores, e que serão incluídos no seu discurso, publicado na íntegra, quando o restituir com essa inclusão.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Então foram mortos e enterrados e ainda os condena por cima!
O Orador: — Ainda há mais.
Êstes capuchinhos italianos a que se refere a leitura que acabo de fazer, pertenciam à ermida da Senhora da Piedade em Lisboa, onde hoje é o Asilo da Mendicidade.
Propunham-se missionar os indígenas. É a respeito dêles que o escritor afirma que até pela fôrça das armas pretendiam fazer vingar os seus pontos de vista, impondo-os.
O Sr. Diais da Fonseca: — Agora é a cacete e à bomba, e não são capuchinhos.
O Orador: — Lopes de Lima diz no seu livro sôbre história das nossas colónias, p seguinte que vou ler.
O Sr. Lino Neto: — Isso são casos particulares.
Não são da responsabilidade da igreja.
O Orador: — O capitão-general Pereira Lago, que governou a província de Moçambique treze anos, também num relatório que enviou para o Ministério fazia as revelações que passo a ler, bem como as do capitão-general Pedro Saldanha, governador general em 1772.
Àpartes.
O Orador: — Eu poderia citar outros exemplos, mas bastam êstes.
O Sr. Lino Neto (interrompendo): — Apesar de V. Ex.ª ter escarafunchado toda essa argumentação, Portugal conta oito séculos de existência sob a égide da Fé!
Trocam-se àpartes.
O Orador: — Creio assim ter respondido às considerações do ilustre Deputado.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
Os àpartes não foram revistos pelos oradores que os fizeram.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Sr. Presidente: pouco tempo tomarei à Câmara. Apenas quero citar três exemplos insuspeitos que dizem mais do que os velhos livros que o Sr. Almeida Ribeiro andou a procurar nos ferros-velhos.
S. Ex.ª citou os exemplos dos políticos a quem os missionários não deixaram satisfazer as suas ambições políticas e não lhes deixavam fazer o tráfico dos negros.
O que foi a acção das missões, religiosas na defesa dos indígenas, basta citar o padre António Vieira naquele sermão sob ré. escravatura no Maranhão.
Se queremos saber o que tem sido a missão dos portugueses, leia-se a Colonização do Brasil, na qual se faz inteira justiça à obra realizada pelo padre António Vieira.
Como disse, eu quero citar três depoimentos que não são do século xvn; são depoimentos de 1921 e têm mais valor do que os relatórios de alguns políticos despeitados.
O Sr. Almeida Ribeiro (interrompendo): — Isso foi talvez depois duma jantarada bem cozinhada!
O Orador: — Então lá vai o terceiro depoimento e bem insuspeito.
Está assinado pelo Sr. Brito Camacho, Alto Comissário da República em Moçambique.
Teria sido feito depois duma jantarada?!
É assim que V. Ex.ª julga os seus correligionários?!
É assim que se tratam homens que devem merecer a nossa consideração e respeito como o Sr. Brito Camacho?!
Eu creio que êstes documentos podem bem antepor-se às larachas que V. Ex.ª foi buscar aos alfarrábios dos ferros-velhos.
Eu creio bem que documentos desta na-