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Sessão de 7 de Junho de 1923
Que esta verdade entre nas almas de todos os que me escutam.
Olhe-se para o que passa no mundo; de toda a parte os povos acodem a reünir-se em volta da Igreja de Roma, e todas as grandes potências políticas procuram ter junto dela um pôsto.
No fundo, nós mesmo, os que nos encontramos nesta Câmara, estamos cedendo ao prestígio do seu poder; no fundo temos todos, sem excepção, as tendências católicas.
Vêem o quadro que temos em frente, representando uma assemblea política sob a presidência dum bispo; com ás suas vestes sacerdotais, para que não ficassem duvidas sôbre o seu carácter?
É o símbolo da Pátria orientada pela Igreja.
Vozes: — É um quadro de 1820; já ninguém se lembra disso.
O Orador: — Infeliz interrupção.
Foi o regime implantado em 1910, foi a maior parte dos Deputados presentes, que o mandaram, pintar.
Vejam como mesmo contra vontade cedem ao prestígio da Igreja.
E ainda bem.
É da transformação resultante dêsse facto que podemos contar com o levantamento glorioso da nossa terra.
O Sr. Jaime de Sousa (para explicações): — Sr. Presidente: pedi a palavra para explicações, exactamente para levar pouco tempo.
Há um ponto que eu julgo absolutamente indispensável liquidar, e é aquele em que o Sr. Lino Neto se sentiu magoado e ainda agora parece estar...
O Sr. Lino Neto (interrompendo): — Eu não me senti magoado.
O Orador: — Pois pareceu-me que sim.
O Sr. Lino Neto referiu que eu, a proposito da subtracção dum «dossier» importante relativo ao Padroado do Oriente, do Ministério das Colónias, me dirigira à minoria católica.
Ora, Sr. Presidente, é absolutamente inexacto que fôsse à minoria católica que eu me dirigi. Nem era possível isso admitir-se.
Sou parlamentar há muito tempo, e não posso faltar ao decôro e a correcção com que tenho de tratar os meus colegas e os partidos nesta Câmara.
S6 eu disse: «Ouçam! Ouçam!» quando o Sr. relator apontava o facto do desaparecimento do «dossier» sôbre o Padroado do Oriente, do Ministério das Colónias foi para chamar a atenção dos Srs. Deputados para um caso grave e certamente o Sr. Lino Neto teria percebido que não era pára a minoria católica que eu me dirigia, se me tivesse ouvido bem.
Era absolutamente indispensável, Sr. Presidente, que eu dissesse estas palavras, visto que até os jornais da manhã se referiram a esta parte da sessão.
Eu não podia dizer que do Ministério das Colónias tinha sido subtraído um «dossier» sôbre o Padroado do Oriente. Eu não podia ainda, nas minhas asserções sôbre o Padroado do Oriente, ter feito senão a mais completa justiça.
Creia o ilustre Deputado Sr. Dr. Lino Neto que eu conheço a história do Padroado do Oriente e faço inteira justiça aos homens que querem hoje levar a cabo as suas tradições.
Mas a República não tem culpa...
O sr. Lino Neto (interrompendo): — Perdão! Eu também não disse que a culpa era do regime.
O Orador: — Então entendamo-nos.
Em quanto às missões religiosas, reconheço a sua acção, mas entendo, que se não deve estar a atacar a República com êsse pretexto...
O Sr. Lino Neto (interrompendo): — Quem atacou a República? Eu não ataquei a República.
O Orador: — Quanto a mim, V. Ex.ª Atacou a Republica.
Sr. Presidente: creio assim ter explicações ás minhas intenções.
Vou terminar, julgando ter explicado quais foram as minhas intenções.
Quanto á «exploração política", devo dizer que tal palavra na minha bôca não