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Sessão de 7 de Junho de 1923
O preto só reconhece três entidades: a autoridade fiscal, o padre e o comerciante.
Sabe V. Ex.ª o que é que sucede com as missões laicas?
Aparece Já um cavalheiro; os pretos põem-se em redor dele e preguntam o que é que vem fazer; se vem pregar a religião.
Respondem-lhe que não.
Então preguntam-lhe se é comerciante. Dizem lhe também que não. Vamo-nos embora, dizem uns para os outros, que é uma autoridade nova que vem exigir-nos outros impostos.
Devemos proteger aqueles que vão para as nossas colónias ensinar a nossa língua aos indígenas e fazer obra civilizadora, mas,, para isso, é preciso uma educação especial, um espírito de abnegação, sacrifício e patriotismo em alto grau.
Essas qualidades verifiquei-as eu mais em alguns missionários religiosos do que nos indivíduos das missões laicas.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas. Foi aprovada a acta.
O Sr. Abílio Marcai: — Desde que nesta casa se fizeram acusações com menos conhecimento de causa acêrca das missões laicas, tenho obrigação de levantar essas acusações infundadas.
A primeira acusação é de que a missão Cândido dos Reis não está no seu lugar.
Não é assim.
A missão Cândido dos Reis está actualmente no extremo sul da província de Angola.
Essa missão tem uma senhora solteira, que é nova e tem um curso. Podendo ficar a gozar os confortos da civilização moderna, atravessou a África com seu irmão e um engenheiro da missão.
E falso, Sr. Presidente, que a missão laica Cândido dos Reis não esteja no seu lugar, e que não tenha cumprido honrosamente o seu dever.
O Sr. Presidente: — V. Ex.ª não pode continuar no uso da palavra sem consentimento da Câmara.
Tenho de cumprir o Regimento.
O Orador: — Desde que se fizeram aqui acusações à missão laica Cândido dos Reis, que eu sei serem destituídas de fundamento, eu não posso deixar de protestar contra êsse facto, porquanto tanto essa como outras missões que foram para as nossas províncias ultramarinas têm cumprido honrosamente o seu dever.
Em Moçambique está a.missão Camões com duas sucursais, em grande estado de prosperidade e desenvolvimento, embora com sacrifício dos missionários.
A êsse indivíduo que era casado foi-lhe confiada uma missão; foi-lhe entregue a escola de artes e ofícios Elias Garcia.
A mulher era de uma grande dedicação pelas crianças, e o Sr. Brito Camacho, que viu a obra daquela mulher, disse-me que eJa era admirável. O marido faliu. Êsse indivíduo que devia ser um homem ponderado, quando foi parei Moçambique não se portou correctamente, e o próprio director das missões foi o primeiro que pediu ao Sr. Brito Camacho para o suspender imediatamente, e de facto foi suspenso.
Aqui tem V. Ex.ª o que se faz e o que se diz.
As missões estão no seu lugar e elas têm cumprido o seu dever.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
Pôsto à votação o capítulo, foi aprovado com as emendas da comissão e as que lhe foram apresentadas.
O Sr. Carvalho da Silva: — Requeiro a contraprova e invoco o § 2.º do artigo 116.º
Feita a contraprova, verificou-se terem aprovado 55 Srs. Deputados e rejeitado 1.
Postas à votação as emendas da comissão sôbre o capitulo de despesas extraordinárias, foram aprovadas.
Pôsto à votação o capitulo de despesas extraordinárias, salvo as emendas, foi aprovado.
O Sr. Abílio Marçal (para um requerimento): — Requeiro dispensa da leitura da última redacção.
Consultada a Câmara, foi concedida.
Entra em discussão o orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros.