O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13
Sessão de 8 de Junho de 1923
te verba alguma, foi muito bem cortada. Eu apoio inteiramente essa limpeza que se fez, da qual só tivemos a ganhar por duplo motivo.
Mas há circunstâncias que concorrem em algumas capitais e em algumas legações que não admitem de modo nenhum a supressão da função de adidos. E assim é que, pelo menos, existem três capitais onde não podemos deixar de ter êsses peritos de carácter militar. Efectivamente V. Ex.ªs viram que depois de se ter suprimido a verba respeitante ao adido militar em Madrid, se reconheceu a breve prazo que êsse lugar era indispensável, tendo-se mandado para lá imediatamente o adido que lá se encontra que, além de ser um militar distintíssimo, é a todos os títulos competentíssimo.
Outra capital onde por maneira nenhuma o País pode deixar de ter também. um perito militar, é Paris. Eu estive nessa cidade, sabe-o uma parte da Câmara, quási dois anos a exercer uma função de carácter diplomático, conheço, pois, a situação que resulta da falta ali dum adido militar.
Assisti muitas vezes a exposições que fazia, lamentando essa falta, o nosso Ministro ali, que não compreendia bem como se lhe tiravam todos os peritos e técnicos das diversas funções que hoje em dia uma legação de primeira, classe tem de exercer, e designadamente o adido militar que tem hoje não só o encargo de seguir os progressos e evoluções de carácter militar, mas também de fazer as liquidações das cousas da guerra que ainda estão hoje pendentes.
Tive ensejo de verificar a necessidade absoluta da existência em Londres dum adido naval.
Julgo ter dito o bastante para mostrar à Câmara que me encontro absolutamente em desacôrdo com a supressão de todos os adidos militares.
São indispensáveis, repito, adidos militares em Madrid, Paris e Londres.
Quando fôr examinada a organização do Ministério da Guerra com a meticulosidade que êste assunto importa, será devidamente apreciada a questão, de forma a que esta função diplomática seja devidamente dotada no Orçamento.
Aproveitarei mais alguns minutos para chamar a atenção de V. Ex.ª para a situação material em que se encontram as legações de Portugal.
V. Ex.ª assistiu há dias a um libelo acusatório, mas de todo o ponto justificado, acêrca do que se passava na legação de Washington.
Julgo justificadas as opiniões apresentadas pelo Sr. Agatão Lança.
O Sr. Visconde, de Alte carece daquele zêlo necessário para bem exercer a sua missão diplomática.
Chamo, por último; a atenção do Sr. Ministro para a necessidade de atribuir à legação de Paris uma nova dotação que nos não envergonhe.
Conheço todas as nossas legações, e não conheço nada mais mesquinho do que a instalação de Paris. Acabe-se depressa com aquela vergonha.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Baltasar Teixeira: — Sr. Presidente: neste capítulo 2.º, em discussão, do orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, figuram, entre outras, três pequenas verbas que se aplicam à manutenção de escolas portuguesas, na América do Norte, estabelecidas em Demerara, Honolulu e Boston, onde existem núcleos coloniais portugueses.
Informações que possuo dizem-me que essas escolas não são frequentadas e, conseqúentemente, que para nada servem.
Até, para justificar de algum modo a sua existência e a manutenção do respectivo professorado, têm sido enviadas de lá para o Ministério dos Negócios Estrangeiros estatísticas falsas de frequência.
É certo que as verbas em questão são pequenas — somam 5. 700$ — mas isso não justifica que continuemos despendendo-as, sem resultado algum profícuo, visto que essas escolas para nada servem.
Tenho aqui sôbre a minha carteira uma colecção de jornais de Boston, jornais que são sustentados pela nossa grande colónia naquela cidade americana, dos quais consta a notícia de que a escola ali mantida por nós de nada serve e que, portanto, o Govêrno apenas tem uma cousa a fazer: suprimi-la.
O mesmo se dá, como já disse, em relação as outras que mantemos noutras cidades.
Em presença duma tal situação, eu