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Sessão de 12 de Junho de 1923
O Sr. Almeida Ribeiro (interrompendo): — Não me fere nada que V. Ex.ª julgue a minha intelectualidade baixa.
O Orador: — Todos os países civilizados, acima das suas paixões religiosas, entendem que devem manter relações com todo o mundo. Faltava agora que Portugal, pela voz do seu Parlamento, tivesse esta opinião luminosa de que isso não era preciso.
Como católico, não mo importa nada que a República mantenha ou deixe de manter um diplomata no Vaticano, por aquilo que, como católico, possa receber do Vaticano recebê-lo hei quer esteja ou não ali um diplomata. Mas já não sucede isso como membro do Parlamento dum pais que deve, como todos os outros, manter as relações com as potências.
É sob êste aspecto que eu coloco a questão no Parlamento, porque assim cumpro o meu dever do Deputado. E bom seria que de todos os lados da Câmara assim se procedesse.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — O requerimento do Sr. Almeida Ribeiro não pode ser pôsto à votação, porque a isso se opõem as alterações ao Regimento.
O Sr. Almeida Ribeiro: — Acato a deliberação de V. Ex.ª, mas não sem protesto, visto, que há já procedente. Ainda há poucos dias, na discussão do orçamento do Ministério das Colónias, se fez a divisão da votação na parte relativa a missões e ao Padroado do Oriente.
O Sr. Presidente: — Vai votar-se o capítulo 2.º
Vão ler-se as emendas.
Foram lidas na Mesa e aprovadas.
O Sr. Carvalho da Silva: — Requeiro a contraprova o invoco o § 2.º do artigo 116.º
Procede-se à contraprova e faz-se a contagem.
O Sr. Presidente: — Estão sentados 43 Srs. Deputados e em pé 2.
Não há número para votações, mas há para discussão.
Vai entrar em discussão o orçamento do Ministério das Finanças.
(Retiram-se da sala os Deputados da minoria monárquica).
O Sr. Carvalho da Silva (ao sair do sala e voltando-se para a maioria): — Agora votem tudo em família.
Vozes: — Até logo! Até logo!
O Sr. Presidente: — Está em discussão o capítulo 1.º
Pausa.
Ninguém pede a palavra; vai passar-se à discussão do capítulo 2.º
Sucessivamente são postos à discussão os seguintes capítulos: 3.º, 4.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10,º, 10-A, 11.º e 11-A. Como ninguém peça a palavra ficaram os referidos capítulos dependentes de votação.
Entra na sala o Sr. Carvalho da Silva e pede a palavra para interrogar a Mesa.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra para interrogar a Mesa o Sr. Carvalho da Silva.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sabe a Câmara que a minoria monárquica resolveu não tomar parte nos trabalhos parlamentares quando não estivesse na sala o número de Deputados marcado pela Constituïção; mas como se trata de discutir um orçamento que é o do Ministério das Finanças, que deve merecer todo o cuidado da parte dos legisladores, estamos dispostos a fazer todo o possível por evitar que êle se discuta sem que nós estejamos na Câmara.
Peço, pois, a V. Ex.ª que me informe se ao menos há na sala o número de Deputados preciso, segundo a proposta do Sr. António Fonseca, para se discutir.
O Sr. Presidente: — Há, sim senhor. Ainda há pouco estavam mais de 38 Srs. Deputados.
O Sr. Carvalho da Silva: — Será bom que V. Ex.ª verifique o número de pre-