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Sessão de 19 de Junho de 1923
do bem orientado, influenciará poderosamente na vida económica do País, pela valorização criteriosa dos seus produtos mais ricos.
Temos riquezas desaproveitadas no continente e nas nossas extensas colónias. Quedas de água, um solo agrícola exuberante, um sub-solo ainda mal conhecido; necessitamos duma marinha mercante que afirme a nossa magnífica vitalidade e sulque o Atlântico, que é o nosso mar, devendo, realizar em escolas, profissionais a propaganda da nossa África e das nossas colónias do Extremo Oriente. Nada disto temos realizado com persistência o deixamo-nos absorver por um ensino de tendências universitárias que só uma minoria deveria versar na indispensabilidade dos estudos especulativos. A Grande Guerra, de tam largos reflexos na vida social, salientou bem a orientação errada, que temos seguido.
A Escola já tem o seu projecto elaborado com proficiência, atendendo aos requisitos duma instalação moderna, sem arrebiques de arquitectura, mas higiénico, educativo, salutar e produtivo. No vasto terreno, adquirido ao abrigo da lei n.º 1:054, ficarão um pavilhão principal e onze pavilhões destinados a aulas, desenho geral, desenho artístico e de modelação, desenho mecânico, desenho arquitectónico, lavores femininos, oficinas gráficas, carpintaria civil, de moldes -e de marcenaria, serralharia e balneário e cantinas. Ainda ficará espaço, para jardins e campos de despôrto. Todos os detalhes de higiene, distribuïção de luz e decoração, «criando uma intensa atmosfera estética», são rigorosamente previstos.
Já neste momento o ilustre director não esquece a acção educativa dos despôrtos e do canto coral, que são cultivados, e nas novas instalações mais largo desenvolvimento poderão ter.
As novas instalações atrairão mais alunos, desviando os nossos rapazes e as nossas raparigas para a cultura de profissões, que têm sido exercidas por práticos, adoptando processos rotineiros, e, por consequência, de deminuto rendimento.
Uma propaganda inteligente e activa, como a faria um estabelecimento particular, conseguirá aumentar a população escolar.
O aspecto financeiro dêste importante assunto não nos compete analisar.
Os ilustres colegas da comissão de finanças deverão pronunciar-se, mas seja-nos permitido salientar a possibilidade de obter verbas, que permitam tirar um juro proveitoso do capital de 600 contos, fixado no projecto de lei.
As propinas poderão ser aumentadas, ficando sempre muito inferiores às propinas liceais. Actualmente os alunos pagam no acto da matricula $20. As associações industriais e comerciais, aquelas directamente interessadas e estas não podendo ser indiferentes a êste largo passo para o ensino profissional na segunda cidade da República, não deixarão de aceitar de bom grado qualquer contribuição desde que verifiquem, como sucederá, que os operários saídos da Escola Industrial Infante D. Henrique são trabalhadores, competentes, zelosos, tendo uma perfeita noção dos seus deveres e compreendendo o justo equilíbrio de interêsses entre as diversas classes sociais.
Sala da comissão da instrução especial e técnica, 14 de Maio de 1923. — José Domingues dos Santos — Marcos Leitão — Luís da Costa Amorim — Augusto Nobre -Henrique Pires Monteiro, relator.
Senhores Deputados. — A vossa comissão de finanças apreciou o projecto de lei n.º 302-D dá autoria dos Srs. José Domingues dos Santos, Américo da Silva Castro e Albino Pinto da Fonseca, destinado a autorizar o Govêrno a contrair um empréstimo até a quantia de 600. 000$, amortizável em 30 anos e destinado à construção do novo edifício para a Escola Industrial Infante D. Henrique, da cidade do Pôrto e à aquisição do necessário mobiliário e material de ensino.
Acompanha o projecto de lei um larguíssimo e bem elaborado, parecer da vossa comissão da instrução especial e técnica, que justifica largamente a necessidade da conversão em lei do projecto em questão.
Não pode a vossa comissão de finanças deixar de reconhecer a necessidade da aprovação do projecto de lei pela utilidade que êle vai levar ao ensino industrial da cidade do Pôrto e por isso lhe dá parecer favorável.
Sala da comissão de finanças da Câ-