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Sessão de 27, 28, 29 e 30 de Junho de 1923
valos. Se falarmos no gado muar, então a situação apresenta-se pior porque cada duas muares custa 10 e 12 contos.
O exército tem actualmente necessidade de adquirir, pelo menos, 800 cavalos e 800 mulas.
O Sr. António Maia: — Porque não apresenta V. Ex.ª essa proposta? Estou certo de que toda a Câmara a votaria.
O Orador: — Se o Ministro tivesse incluído essa proposta no Orçamento, o que resultaria era que as despesas aumentavam em muito, porque seriam mais 1:600 solípedes a alimentar, e, mais ainda, porque era preciso tratar da sua conservação, para o que seria necessário conservar mais homens nas fileiras.
Em resposta ao Sr. Tôrres Garcia, quero ainda dizer algumas palavras, embora S. Ex.ª não esteja presente; mas quero dizê-las com precisão e nitidamente, porque tenho por S. Ex.ª a máxima consideração, consideração que entendo que S. Ex.ª tem por mim, o que não justifica de forma alguma a maneira como S. Ex.ª se referia ao Sr. Ministro da Guerra.
S. Ex.ª fez uma série de considerações, declarando que as fazia para se desagravar, e indicou nesse sentido o que supôs ter eu dito, em resposta ao seu discurso, da primeira vez que se tratou dêste assunto na generalidade. Sucedeu êste caso lamentável: é que nem eu ouvi o discurso de S. Ex.ª, tendo dele conhecimento apenas pelos extractos dos jornais, nem tive a dita de S. Ex.ª me ouvir em resposta a êsse seu discurso, sucedendo também, naturalmente, ter S. Ex.ª lido nos extractos dos jornais essa minha resposta.
Ora eu quero afirmar, e quem me ouviu pela primeira vez poderá justificar esta minha afirmação, que, em resposta ao Sr. Tôrres Garcia, da primeira vez que falou na generalidade do Orçamento, apenas disse que S. Ex.ª tinha sido injusto para comigo porque, abordando as deficiências de material do nosso exército, disse, segundo li nos jornais, que eu não tinha correspondido àquilo que declarara nesta casa do Parlamento e àquilo que tinha feito inserir na declaração ministerial, isto é, olhar pelo bom nome e prestígio do exército, visto que não o tinha dotado com o material necessário e indispensável para que êsse prestígio se radicasse. Foi êste o ponto que eu versei, quer dizer, eu quis explicar a S. Ex.ª, que não estava, presente, como agora não está, o que, portanto, não me ouviu, que eu apenas lhe respondi neste ponto porque entendia que não tinha faltado ao que prometera.
S. Ex.ª leu quaisquer outras palavras ou foi mal informado, e disse então que o tinha agravado, sobretudo pelo facto de ser S. Ex.ª um antigo oficial do Corpo Expedicionário Português.
A S. Ex.ª, que é um carácter do eleição, que aprecio devidamente, não poderia nunca fazer um agravo de qualquer natureza.
Disse mais S. Ex.ª que eu tinha estranhado, que paisanos tivessem entrado na discussão do orçamento da guerra.
Sr. Presidente: de forma alguma se me pode atribuir semelhante afirmação, não fiz tal reparo e V. Ex.ªs far-me-hão justiça de acreditar que sou suficientemente delicado para o não fazer.
É com prazer, digo-o sinceramente, que vejo que todos os lados da Câmara, profissionais e não profissionais, se interessam o têm interessado a valer pela discussão do orçamento da Guerra, seja qual fôr o ponto de vista que tenham abordado.
Sr. Presidente: quero prestar esta homenagem ao Sr. Tôrres Garcia, antigo militar miliciano, e a todos aqueles que o têm feito com sinceridade e galhardia.
Por consequência se alguém poderia sentir-se agravado seria eu e não S. Ex.ª
S. Ex.ª tanto pode ter a convicção dêste meu sentimento a seu respeito que sendo S. Ex.ª o autor do projecto de lei em que se alvitrava o regresso aos quadros de 1911, projecto que relatado na comissão do orçamento pelo Sr. Pires Monteiro sofreu uma remodelação, S. Ex.ª vindo-me apresentar essa remodelação do Sr. Pires Monteiro e ao mesmo tempo aquilo que tinha em monte, eu disse-lho com toda a sinceridade que preferia o seu projecto ao do relator, isto sem desprestígio para ninguém, ficando S. Ex.ª convencido que eu em ocasião oportuna aproveitaria a sua idea, porque entendi ser essa a solução mais equitativa, mais mo-