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Sessão de 30 de Julho de 1923
O que eu acho é uma indignidade êste caso: um concelho que não produz, tem o pão barato; o que produz trigo tem o pão caro.
Isto não é admissível.
Então temos o trigo e moído normalmente, segundo um artigo que não está em vigor, e vão vendê-lo a um preço fazendo ganhar rios de dinheiro a outros?
Isto não pode continuar, mas que se importa o Ministro que o trigo tenha êsse preço, desde que não vem para Lisboa e Pôrto fazer concorrência ao trigo exótico?
Ora para êsse é que S. Ex.ª deve olhar, que eatá subindo de preço, e por tal forma, que não sei como resolver-se o problema do pão barato em Lisboa e Pôrto.
Mas quem estiver ali que arque com as responsabilidades.
S. Ex.ª depois de ter reconhecido em Janeiro que o preço de l$30 era indispensável, aceita o preço de 1$.
S. Ex.ª em Janeiro, concordou que o preço fôsse x.
Porém seis meses depois achou exagerado e aceitou o preço de 1$.
O Sr. Ministro da Agricultura e interino da Marinha (Fontoura da Costa): — Considero esta questão aberta, e por isso acatarei qualquer solução prática.
O Orador: — Não posso deixar de considerar sinceras as palavras que o Sr. Ministro da Agricultura acaba de pronunciar.
Nestas circunstâncias incumbe a S. Ex.ª explicar o que entende por solução prática e por isso tenho o direito de interrogar.
O que entende S. Ex.ª por solução prática?
O Sr. Ministro da Agricultura e interino da Marinha (Fontoura da Costa) (interrompendo): — E a solução que não fôr teórica...
Àparte do Sr. João Luís Ricardo.
O Orador: — Sr. Presidente: desculpe V. Ex.ª que me dirija de novo ao Sr. Ministro.
V. Ex.ª e a Câmara compreendem muito bem que não estou aqui tratando êste assunto com leviandade nem o estou tratando por uma forma jocosa.
Portanto só posso atribuir a frase que S. Ex.ª acaba de pronunciar a um estado de alegria.
Mais nada.
Então faço uma pregunta ao Sr. Ministro, e S. Ex.ª responde-me assim?
Creio, que tinha o direito de fazer a pregunta que formulei e obter do Sr. Ministro uma resposta precisa, sôbre o que entende por solução prática.
S. Ex.ª disse que lhe serviam todas as soluções que fossem práticas.
Por isso, preguntei lhe o que entendia por solução prática.
E S. Ex.ª responde: quê todas as soluções que não fossem teóricas.
A frase de S. Ex.ª é uma brincadeira de mau gosto, e que não mereço a S. Ex.ª
A verdade é que S. Ex.ª já havia concordado com um preço e depois aceitou o preço de 1$.
Isto é um facto.
Nestas circunstâncias tenho de recordar cousas que estão esquecidas.
Em 1914, a tonelada do superfosfato custava 12$.
Agora o superfosfato nacional tem o preço de 330$, e o estrangeiro custa 340$.
Em 1914, o salfato de amónio estava a 22$ 9 hoje está a 68$.
O nitrato de sódio importava em 1$70; agora custa 60$.
Isto quando os salários atingiram 42$.
Está tudo mais caro vinte vezes, pelo menos, e portanto não se pode querer que os trigos não acompanhem a alta.
O artigo 10.º do projecto do Sr. João Luís Ricardo diz:
Leu.
Quando uma fábrica não queira comprar trigo nacional o que é que se faz? Castiga-se a lavoura, importando trigo exótico.
O Sr. Presidente: — Faltam apenas 5 minutos. V. Ex.ª quere ficar com a palavra reservada?
O Orador: — Se V. Ex.ª me permite, ficarei com a palavra reservada, visto que ainda quero dizer mais alguma cousa.
O Sr. Cunha Leal: — Requeiro que todo o tempo da ordem do dia de ama-