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Sessão de 30 de Julho de 1923
lada, o que representa na importação total a quantia de 670. 000$, namoros redondos!...
Uma voz: — É espantoso!
Apoiados.
O Orador: — Vêem V. Ex.ªs como o Estado ficou extremamente prejudicado com o critério que o Sr. Ministro da Agricultura adoptou.
Eu sou republicano de velha data, e como tal protesto energicamente contra êste sistema do administrar.
Muitos apoiados.
O Govêrno naturalmente assiste a isto impassivelmente, sorrindo porventura, achando talvez um desabafo da minha parte, mas não é; com tudo, eu protesto enérgica e sinceramente contra êste abuso que não pode continuar.
Apoiados.
Eu lembro-me do tempo em que se faziam concursos à porta fechada, os quais foram repudiados por completo dentro do regime republicano, e como vem agora, portanto, o Sr. Ministro da Agricultura fazer um favoritismo desta ordem?!
Apoiados.
Talvez que S. Ex.ª não saiba bem o que fez, mas o seu procedimento representa um atentado contra os interêsses do Estado!
Apoiados.
O Sr. Ministro da Agricultura e interino da Marinha (Fontoura da Costa): — V. Ex.ª dá-me licença de explicar o meu procedimento?
Apareceu urna lista dos navios que podiam chegar a Lisboa dentro do mês de Julho. As duas propostas mais baratas que apareceram, chegando dentro dêsse mês, foram as que se preferiram.
A seguir e no próprio dia marcado, foi comunicado ao director da manutenção militar que a dita casa não mantinha a proposta referida.
Não havia tempo de providenciar do forma a poderem os respectivos navios chegar em Julho, e fez-se então o aludido contrato.
Foi assim que as cousas se passaram.
Àpartes.
Interrupção do Sr. Joaquim Ribeiro que não pôde ser ouvida.
O Sr. Ministro da Agricultura e interino da Marinha (Fontoura da Costa) (interrompendo): — Não posso autorizar que se digam semelhantes cousas, porque tenho sempre procurado defender os interêsses do Estado.
O Orador: — Eu acredito na honestidade de V. Ex.ª, escuso de dizê-lo, mas a resposta de V. Ex.ª coloca-o numa situação infeliz porque diz que essa casa se negara a entregar uma cousa a que se tinha comprometido.
Foi apresentada depois do concurso uma proposta que dizia o seguinte que vou ler:
Leu.
A demora que houve na resposta é que deu ensejo a ser dito que não podia cumprir a proposta que tinha feito.
Essa demora da parte de S. Ex.ª é inclassificável.
Depois S. Ex.ª não teve escrúpulos de dar a essa casa, sem concurso, uma cousa, a que outras casas concorriam.
Àpartes.
A única desculpa que S. Ex.ª tem é a sua honestidade, mas as informações que tenho é de que o que se fez foi uma cousa ultra-escandalosa.
Àpartes.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu (interrompendo): — Isso é a demonstração que o Estado não deve ser importador.
Os negociantes vêem o Estado com a corda na garganta e abusam da situação.
Àpartes.
O Orador: — Eu concordo que o Estado não se devo entregar a estas negociações e negociatas a que se vem entregando desde a guerra.
Os Ministros deixam de ser Ministros para serem caixeiros quási dêsses comerciantes com quem negoceiam.
Apoiados.
No Ministério da Agricultura têm querido embaçar os Ministros, não digo ao actual mas a outros.
Há dificuldade em reagir contra essas burlas que querem impor.
Outro êrro é dar foros de grande moagem à Manutenção Militar, o que traz gravíssimos inconvenientes.
Eu vejo que o Sr. Ministro da Agri-