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Diário da Câmara dos Deputados
lhe serem adjudicados os melhores navios e em condições tais que a comissão do comércio e indústria na sua primeira reunião outro remédio não teve do que rejeitá-la in limine, mas o Govêrno não esquece o seu intuito de preparar as cousas de modo que essa proposta possa vir a ser tomada em consideração, abrindo-se novo concurso nas bases da mesma proposta.
Que só pretendo com isto?
Tem a certeza de um concorrente?
Mas então declare-se que o máximo por que todos os navios serão vendidos não irá além de $01 e eu garanto que, em lugar de um concorrente, terá o Govêrno 6. 000:000 de concorrentes a esfaquearem-se na ânsia da sorte grande.
Que faz o Govêrno com tal atitude?
Não defende os princípios republicanos, já consignados no esfrangalhado programa da propaganda. Não!
O Govêrno simplesmente protege os mais fortes e favorece os monopólios. A adjudicação da frota do Estado em globo é um acto politicamente condenável nas instituições republicanas, economicamente indefensável, nas democracias latinas. Só a distribuïção dos navios por diversos armadores pode trazer vantagens para o País e para a economia nacional pela livre concorrência.
Sou fundamentalmente contra os monopólios e á riqueza das classes mais protegidas não pode fazer modificar o meu modo de ver, por mais forte que seja a precisão de dinheiro neste país.
O monopólio da navegação nas mãos da Companhia Nacional é um crime para o qual o Govêrno já começou a realizar os primeiros actos preparatórios, porque outro objectivo não tem a Companhia,do que, apesar dos seus fabulosos dividendos e da alta cotação das suas acções, reduzir ao mínimo a sua indústria, com grande prejuízo para o Estado e para as colónias.
E se êste é o procedimento da Companhia na perspectiva de um exclusivo o que será amanhã na certeza de um monopólio?
A Companhia, aumentará os seus lucros na Bolsa, como há pouco sucedeu com a lei que foi promulgada.
Não me interessam, neste momento, nem a frota mercante do Estado nem- o
empréstimo; o que me interessa é discutir as facilidades que o Govêrno tem dado à jogatina da Bolsa, que é muito pior do que a jogatina da tavolagem.
É necessário que o Govêrno venha até o povo, porque emquanto o não fizer, não cumpre o seu dever democrático.
Tenho dito.
Foi lida e admitida na Mesa a moção.
O Sr. António Dias: — Em harmonia com as prescrições regimentais tenho a honra de enviar para a Mesa a minha moção de ordem.
Devo declarar a V. Ex.ª que a minha entrada neste debato foi determinada por referências que nesta Câmara se fizeram ao governador civil de Coimbra, como se essa autoridade não merecesse a classificação de republicano, e, de facto, fossem verdadeiras as afirmações que se lhe atribuem em determinado jornal, o mesmo jornal que, esquecendo a minha acção na traulitânia, também me acusava.
Eu, porém, tenho a minha consciência tranquila, porque em todas as circunstâncias tenho dado a República todo o meu esfôrço (Apoiados), exactamente como quando foi da traulitânia.
São os mesmos homens que me acusam de solicitar comissões parlamentares remuneradas. Eu pregunto a V. Ex.ªs quais são essas comissões remuneradas e quando foi que eu as solicitei.
Pregunto ao directório actual do meu partido ou aos anteriores quando foi que eu solicitei qualquer serviço remunerado para satisfazer as minhas despesas.
Eu ponho sempre em todos os actos da minha vida a maior moralidade.
Todos quê conhecem a minha vida política e de funcionário público sabem o meu modo de proceder.
O Sr. Cunha Leal afirmou que o administrador de Condeixa andava a pedir votos em companhia com os monárquicos.
Devo dizer a S. Ex.ª que essas informações não oram verdadeiras.
Eu conservo hoje a mesma moralidade que me deram meus pais no berço.
Toda a gente em Coimbra, sabe o que eu sou o qual tem sido o meu proceder através dos tempos.
Apoiados.
Sr. Presidente: a propósito de Condeixa, não quero levantar, mais conflitos.