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Sessão de 30 de Julho de 1923
O Sr. Presidente do Ministério mandou-me colhêr os elementos que pudesse, o que eu já tinha feito, e depois regressei a Lisboa.
Entendo de há muito ser absolutamente indispensável para a vida do regime um entendimento sincero e leal dos partidos da República.
Apoiados.
E mal de nós todos se se demonstrar a inviabilidade dêste entendimento.
Exactamente porque eu assim penso, o tenho praticado todas as vezes que tenho podido fazendo parte do directório, e fui por isso ocupar o lugar do governador civil da Guarda em 1919, em que tive ocasião de realizar uma obra de conciliação entre todos os republicanos.
Com prazer enorme vi o entendimento que nunca podia ser impossível dentro da República.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Arrombando urnas...
O Orador: — Não queremos arrombar urnas. Queremos, sim, vencer; e sempre sucedeu que o voto tem entrado nas urnas.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Entrado tem, isso é verdade.
O Orador: — Não temos culpa que V. Ex.ªs não tenham os votos necessários para vencer na urna.
Êsse mesmo critério tem sido seguido no círculo de Arganil, que tenho a honra de representar aqui.
Devo dizer, em homenagem à verdade, que grande parte dos parlamentares em mim e no meu partido tem encontrado a melhor colaboração, a mais sincera e leal camaradagem.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Deus os fez, Deus os juntou.
O Orador: — Não estamos juntos senão para cooperação sincera; e creia V. Ex.ª que quando tivermos desinteligências as resolveremos em família sem necessidade de V. Ex.ª
Já V. Ex.ª vê que quando a gente deseja uma cousa é fácil realizá-la.
Apoiados.
Com boa vontade e lealdade tudo se consegue.
O Sr. Presidente do Ministério, quando foi informado do facto de Condeixa, procurou imediatamente evitá-lo por todas as formas com o seu espírito de conciliação. Com os republicanos é que êle se quero; com os inimigos não.
Estou a falar de política num debate político.
Atacado o Sr. Presidente do Ministério, estou procurando demonstrar que S. Ex.ª outra cousa não tem feito senão procurar efectivar essa conciliação.
O Sr. Presidente: — Previno V. Ex.ª de que deu a hora de se passar à 3.ª parte da ordem do dia.
O Orador: — Nesse caso peço a V. Ex.ª que me reserve a palavra para a sessão seguinte.
O Sr. Presidente: — Fica V. Ex.ª com a palavra reservada. O orador não reviu.
Terceira parte
Continua o debate sôbre a regulamentação do regime cerealífero.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Sequeiro que a sessão seja prorrogada até se ultimar o debate político, com prejuízo dá 3.ª parte da ordem do dia, havendo um intervalo de duas horas.
Pôsto à votação o requerimento do Sr. Carlos de Vasconcelos, foi rejeitado.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Requeiro a contraprova.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Invoco o § 2.º do artigo 116.º
Fez-se a contraprova.
O Sr. Presidente: — Estão de pé 33 Srs. Deputados e sentados 28.
Está por consequência rejeitado o requerimento do Sr. Carlos de Vasconcelos.
O Sr. Fausto de Figueiredo (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: não percebi bem o que se passou com a vota-