O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13
Sessão de 26 de Setembro de 1923
me surpreendeu, e da qual só tive conhecimento pelo Diário do Govêrno e pelos jornais.
O Govêrno não quis consultar os partidos, principalmente o Partido Nacionalista.
O Sr. Presidente do Ministério não quis dar essa consideração ao Partido Nacionalista e, certamente, não foi porque dispense a sua colaboração.
Esperava ouvir do Sr. Presidente do Ministério a explicação da necessidade desta convocação, mas depois de ouvir S. Ex.ª fiquei na ignorância em que estava.
Estava certo que o Parlamento ocorreria quando fôsse chamado para acudir às necessidades da vida nacional.
O Sr. Presidente do Ministério apresentou-nos um problema económico e financeiro de grande importância, que tem que ser resolvido imediatamente.
S. Ex.ª disse que lá fora ia uma campanha contra o Parlamento, mas não me parece que assim seja, pois estando fechado o Parlamento ninguém se lembra dele, a não ser alguém que preciso do falar a um Deputado.
O Parlamento vem aqui cumprir o seu dever.
O Parlamento não é uma instituição muita perfeita, mas é ainda assim a melhor.
O Sr. Presidente do Ministério afirmou o seu amor à Constituïção que nós também muito amamos, defendendo-a.
É preciso esclarecer a situação política.
Apoiados.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Não sei se é de pasmo ou de revolta a impressão que aos representantes do País dá a apresentação do actual Govêrno.
É de todos nós conhecida a situação gravíssima que o País atravessa e as dificuldades que atravessam as pragas de Lisboa e Pôrto e as fôrças produtoras do País; pois o Sr. Ministro das Finanças fecha os olhos o não quere ver!
Sr. Presidente: talvez seja preceito constitucional estar aqui serenamente a discutir-se a saída de um Ministro e a entrada de outro, mas quem tiver amor à sua Pátria não pode ver discutir-se assim a crise.
É tempo do cada um pôr de lado as suas paixões políticas o olhar como português o que devo ao sou País. Não pode continuar assim um País à mercê dos erros e incompetências dum Govêrno.
A situação financeira do País é a ruína das indústrias e o Sr. Ministro das Finanças mantém-se.
A lavoura está à mercê da agiotagem com um juro enorme.
Que situação é esta?
Veio o Sr. Presidente do Ministério a esta Câmara explicar esta crise, como se fôsse uma cousa banal, uma crise vulgar.
São estas as medidas que se têm apresentado a esta casa do Parlamento e cujos resultados são aqueles que toda a gente conhece, pois a verdade é que é gravíssima a situação que o País atravessa.
Os resultados têm sido verdadeiramente ruinosos para o País, como ruinosa foi essa operação do empréstimo, que tam largamente foi defendida nesta casa do Parlamento pelo actual Ministro das Finanças, o Sr. Velhinho Correia.
Se bem que S. Ex.ª tivesse defendido largamente essa operação do empréstimo, o que é um facto é que ela foi verdadeiramente ruinosa para o País, conforme os factos o têm demonstrado até hoje.
Até hoje, Sr. Presidente, tem-se aumentado consideravelmente a circulação fiduciária, não se pensando em adoptar medidas úteis, de utilidade geral.
Tem sido esta a administração republicana, e é devido a ela, exclusivamente a ela, que nos encontramos no estado verdadeiramente deplorável em que nos encontramos.
Não se compreende que tendo sido esta até hoje a administração republicana, que tendo sido esta a ruinosa administração, não sei mesmo como classificar, dos dinheiros públicos, se venha agora defender até certo ponto um momento de revolta contra o alargamento da circulação fiduciária, quando é facto que até hoje se não tem feito outra cousa.
Todos sabem quanto nós dêste lado da Câmara mostrámos à evidência os inconvenientes que resultariam para o Taís dessa ruinosa operação do empréstimo, que o Sr. Velhinho Correia aqui tam largamente defendeu, pois a verdade é que S. Ex.ª, como relator dêsse empréstimo, disse que se o câmbio não melhorasse