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Sessão de 26 de Setembro de 1923
O Sr. Presidente: — Eu peço ao Sr. Carvalho da Silva que se circunscreva ao assunto em discussão.
O Orador: — É a solução da crise.
Suponha V. Ex.ª que o Sr. Ministro das Finanças era capaz de apresentar ao Parlamento uma proposta que consistisse no seguinte...
Protestos da esquerda...
Vozes da esquerda: — Está fora da ordem!
O Orador: — Eu julgo-me dentro da ordem.
V. Ex.ª Sr. Presidente, sabe quanto eu respeito V. Ex.ª, como quem se senta nessa cadeira e como toda a Câmara.
Julgo pois que, estando a discutir-se a crise ministerial, posso formular as hipóteses das propostas, que o Sr. Ministro das Finanças pode apresentar à Câmara, tanto mais quanto é certo que, se essas propostas ainda não foram apresentadas, já foram distribuídas à Câmara, para estudo, o que me leva a crer que S. Ex.ª sempre as apresentará.
Mas, partindo mesmo do princípio de que S. Ex.ª as não apresenta, eu posso discutir, creio eu, a hipótese de S. Ex.ª as apresentar.
Ora como eu além de tudo desejo que S. Ex.ª me diga se tenciona apresentar essas propostas, como se diz, e como o País tem o direito de saber qual o plano de S. Ex.ª, eu preguntando se é certo que S. Ex.ª vai apresentar as referidas propostas, continuo no meu dever de formular a S. Ex.ª as preguntas que entendo dever formular.
Assim, desejo que o Sr. Ministro das Finanças me diga se é verdade que tenciona apresentar propostas no sentido que tenho exposto.
Sr. Presidente: desejo saber se S. Ex.ª tenciona apresentar também uma proposta ao Parlamento no sentido da obrigatoriedade do seguro.
Protestos da esquerda.
O Sr. Presidente: — Chamo a atenção da Câmara!
O Sr. Manuel Fragoso: — Emquanto V. Ex.ª não mantiver aquele Sr. Deputado na ordem, nós também não nos manteremos na ordem!
O Orador: — Eu peço a V. Ex.ª, Sr. Presidente, a fineza de me dizer se não posso formular ao Sr. Ministro das Finanças quaisquer preguntas.
O Sr. Sá Pereira: — O debate é político, não é económico.
V. Ex.ª está a abusar da nossa paciência.
O Orador: — Eu estou o mais possível dentro da ordem.
O Sr. Sá Pereira: — Só a Mesa está de acôrdo com V. Ex.ª!
O Orador: — Por isso, emquanto a Mesa não me retirar a palavra, eu continuo.
Mas, se ma retirar, eu fico bem com a minha consciência, porque cumpri o meu dever.
O Sr. Presidente: — Eu peço a V. Ex.ª que se circunscreva ao assunto em discussão.
O Orador: — Eu posso ou não fazer preguntas ao Sr. Ministro das Finanças sôbre o seu plano?
O Sr. Presidente: — Entendo que V. Ex.ª não pode prosseguir nas considerações que está fazendo.
Vozes da direita: — Não apoiado!
Essa agora!...
O Sr. Presidente: — O orador não pode discutir um assunto que não está em discussão.
O Orador: — Eu não estou a discutir; estou a fazer preguntas ao Sr. Ministro das Finanças.
Assim desejo saber se o Sr. Ministro das Finanças tenciona apresentar algumas propostas sôbre os seguros sociais.
Esta pregunta é muito importante, porque se fôsse verdade que o Sr. Ministro tencionava apresentar uma proposta destas, isso representava nem mais nem me-