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Diário da Câmara dos Deputados
acção marcada pelo Ministério das Colónias.
Tendo eu produzido afirmações quanto à acção de determinadas entidades, acção que me parece prejudicial aos interêsses do país — com muita mágoa o acentuo — ninguém, nem mesmo a imprensa, ligou importância ao que eu disse, nem às palavras do telegrama do general, Smuts.
O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo): — Peço perdão. Eu dói a maior importância às afirmações de V. Ex.ª
O Orador: — Se o telegrama do Sr. general Smuts dissesse respeito a outro país, teria determinado procedimento que não vejo aqui adoptado.
É preciso que se saiba que a sociedade portuguesa está disposta a chamar à ordem quem quer que seja, por maior que seja a sua situação, que neste assunto tenha uma acção contrária aos interêsses do país.
Apoiados.
Lavrado o meu protesto, pelas informações vindas a público, em que. pão desmentidas as afirmações honradas do Sr. Ministro das Colónias, aproveito a circunstância de estar no uso da palavra para chamar a esclarecida atenção do Sr. Ministro das Finanças para um assunto grave da vida nacional.
O nosso colega Sr. Mariano Martins afirmou ter sido menos verdadeira uma entrevista publicada num jornal, segundo a qual S. Ex.ª teria dito que o Sr. Ministro das Finanças declarara que a circulação fiduciária estava excedida em 115:000. 000$
Lá fora existe no público a, convicção de que a circulação fiduciária está excedida.
Sendo assim, esta seria a segunda, vez que, durante o Ministério do Sr. António Maria da Silva, tal facto sucederia.
Para nós a palavra do Sr. Ministro das Finanças basta, porque todos o conhecemos; mas é necessário sossegar o país, tranquilizando-o acêrca do cumprimento da palavra dos homens da República, acêrca das suas convicções o afirmações.
Afirmou o Sr. Ministro das Finanças que seria criminoso todo o homem público que aumentasse a circulação fiduciária.
E como classificar o homem público que, sem um diploma legal, a tivesse, porventura, aumentado?
Êsse homem estaria abaixo de toda a consideração, porque teria praticado um crime de lusa-Pátria.
O Ministro que fizesse semelhante cousa nesta hora seria duplamente criminoso, porque, a par do seu crime, teria a agravante de o ter cometido usando duma arma não permitida pela lei.
Nestas condições, é preciso tranquilizar a nação.
S. Ex.ª desmente tal afirmação e para nós, que o conhecemos — repito-o — isso é o suficiente, mas é necessário que os homens da República tenham a sua vida administrativa metida dentro duma redoma de cristal, é preciso abrir as portas da administração pública, é preciso dizer ao País que, quando se levantam, suspeitas, todos estamos prontos a dar contas dos nossos actos.
Assim, eu ouso propor à Câmara que seja nomeada uma comissão, representada por todos os partidos, para ir junto de Ministério das Finanças o do Banco de Portugal examinar o que há sôbre êste assunto e dar conta do que houver.
Apoiados.
Quero, deixar ao Sr. Ministre das Finanças a glória de tornar sua a minha proposta, esperando, por isso, que S. Ex.ª proponha ao Parlamento aquilo que eu acabo do propor a S. Ex.ª
Era êste um dos pontos sôbre os quais eu queria chamar a atenção de S. Ex.ª, mas há um outro, não menos importante, que importa à vida da República e que é o que se refere à utilização do crédito, de três milhões de libras que nós, em má hora, obtivemos da Inglaterra.
Recorda-se toda a gente dos debates apaixonados que se levantaram na imprensa e no Parlamento a propósito do celebre crédito que iria fazer a nossa felicidade, como aliás tantos outros actos administrativos do Sr. António Maria da Silva.
Recorda-se toda a gente das afirmações aqui feitas pelo Sr. Jorge Nunes, por mim e por tantos outros Deputados, do que o empréstimo não viria melhorar as condições do nosso câmbio, mas antes as viria piorar.
Pois, de facto, o crédito dos três milhões