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Sessão de 18 de Outubro de 1923
processo e aqui o historie, para depois indicar nomes, eu estou pronto a fazê-lo.
O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: não nos devemos constituir em tribunal. Iríamos dar uma prova de desconfiança ao Sr. Ministro das Finanças, uma vez que S. Ex.ª ordenou um inquérito.
Desde que V. Ex.ª nos vai dizer que procuraram corrompê-lo, é absolutamente necessário que indique nomes.
O Sr. Lúcio de Azevedo: — Eu não disse que me tentaram corromper, mas sim que procuraram desviar-me da directriz que eu entendia dever seguir.
O Sr. Presidente: — Parece-me, por conseguinte, que a súmula dêste debate é a seguinte: a Câmara, reconhecendo que não está em causa nenhum parlamentar e que, portanto, se trata dum incidente completamente estranho ao âmbito da Câmara, e, dadas as explicações do Sr. Ministro das Finanças de que vai mandar proceder a um rigoroso inquérito, resolve dar por findo êste incidente.
Apoiados.
O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: não contava de forma alguma intervir neste incidente. Queria antes que êle fôsse derimido entre ás criaturas que de princípio começaram tratando esta questão; mas, desde que do mim partiu um requerimento pedindo a prorrogação da sessão, e que o Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo fôsse convidado a indicar os nomes das pessoas que tentaram suborná-lo como Director da Casa da Moeda...
O Sr. Lúcio de Azevedo: — Eu não fiz a declaração de que tentaram subornar-me, não empreguei tal termo.
O Orador: — Se o Sr. Lúcio de Azevedo não empregou o termo subornar deixou nitidamente expressa essa idea.
Ainda, até ontem, pairava no ar a suspeita de que se encontrassem envolvidos no assunto alguns Parlamentares; mas, felizmente, essa dúvida ficou hoje desfeita.
S. Ex.ª declarou ainda que não tinha responsabilidade alguma nas acusações
que lhe fazia um jornal e que, se S. Ex.ª quisesse dar foros a uma chantage, poderia dizer que nessa questão estavam envolvidos políticos altamente cotados na política portuguesa, que junto de S. Ex.ª lhe indicavam um caminho que, se o tivesse seguido, acarretaria prejuízos para o Estado.
Tendo a Câmara votado o meu requerimento para a prorrogação da sessão, bem como para. se fazer um convite ao Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo, afim de indicar os nomes dessas pessoas, estranho que o Sr. Lúcio de Azevedo mais uma vez se esquecesse de indicar o nome dessas criaturas.
S. Ex.ª ou assumia a responsabilidade dos seus actos ou então não teria a leviandade de dizer aqui que havia políticos que estavam metidos nesta questão.
Por que motivo não indicou S. Ex.ª o nome dos políticos que tentaram desviá-lo do soa dever?
Então não é legítimo que todos nós levantemos protestos contra os pueris preconceitos que lavam S. Ex.ª a não querer declarar êsses nomes?!
Não seria melhor que S. Ex.ª tivesse estudado o processo antes de vir para a Câmara insinuar e lançar suspeitas sôbre todos os políticos?!
A todos nós compete exigir que êsses nomes venham a público, para que não fique suspensa uma. acusação desta ordem.
Não quero alongar-me em considerações, mas não posso calar a estranheza que me causa a insistência de S. Ex.ª em não querer declinar os nomes das pessoas que vagamente insinuou!
A culpa foi do Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo, que trouxe êste facto para a Câmara.
Mais uma vez lavro o meu protesto em consequência de S. Ex.ª não ter imediatamente declinado os nomes dos políticos que estão envolvidos neste caso, embora já não subsista a dúvida de que os políticos, a que se referiu o Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo, sejam parlamentares.
Não se trata de políticos parlamentares; mas eu lavro o meu veemente protesto contra a semcerimónia, a facilidade com que se trazem para o Parlamento casos desta natureza, que por um lado po-