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Diário da Câmara dos Deputados
dem atingir o nosso orgulho de homens de bem, ou de qualquer figurei marcante do regime, e por outro lado dão aso àqueles que estão espreitando o menor ensejo para atacar sem reservas a honestidade e a dignidade dos homens da República, para ferirem consequentemente o regime.
Apoiados.
Protesto, portanto, veementemente contra a semcerimónia, a facilidade com que aqui se levantam suspeições contra políticos parlamentares, ou não parlamentares, embora a nossa honra esteja acima destas calúnias, o que pode prejudicar a administração republicana.
No meio de todo êste incidente houve realmente uma vantagem: é que as declarações do Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo, até ontem tam nebulosas que podiam atingir o Parlamento, não dizem respeito a qualquer parlamentar.
Assim bem foi que se tivesse levantado esta questão.
E agora aqueles que são políticos e não têm assento nesta casa que chamem à responsabilidade o Sr. Ministro das Finanças, ou o Govêrno, para que se faça luz completa sôbre êste assunto, de maneira que com evidente satisfação de nós todos sejam desmentidas as suspeições que foram assacadas no Parlamento da República aos altos políticos.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Sr. Presidente: justificadamente se pôs de parte a nomeação de uma comissão de inquérito, visto saber-se sobejamente que nenhum político visado é parlamentar.
Ora eu que não tenho partido (o directório do meu partido sou eu próprio e os políticos do meu partido são constituídos por mim próprio) tenho mais autoridade do que ninguém para falar, porquanto, como Deputado, além de representar o País, represento igualmente o meu partido na Câmara.
Estranho por isso que o Partido Nacionalista tomasse a atitude que tomou numa questão em que há políticos visados, que tanto podem ser membros dum directório como correligionários de menor categoria. Digo Partido Nacionalista, como podia dizer Partido Democrático, ou o Partido Católico.
Outro caso. estranho: é que, tendo-se levantado dúvidas sôbre a legalidade do concurso, o Sr. Ministro das Finanças não tenha dito à Câmara que vai anular êsse concurso, para se efectuar outro.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo: — Sr. Presidente: pedi a palavra para dizer a V. Ex.ª e à Câmara que só a muita paixão posso atribuir o calor e veemência com que falou o Sr. António Correia.
Quando ontem falei nesta Câmara em chantage que se estava fazendo num jornal contra mim não foi com intuito de fazer insinuações a altos ou baixos políticos proeminentes ou não proeminentes. Referi-me, duma maneira geral, a políticos, sem indicação do categoria.
O Sr. António Correia (interrompendo): — Não tendo V. Ex.ª especificado no sou discurso se aludia a altos políticos; ignorava-se o intuito de V. Ex.ª, por isso que entre êsses políticos podia haver antigos Ministros, embora não fossem parlamentares. E um antigo Ministro não é qualquer político.
O Orador: — Acima de tudo sou democrata, filho do povo, e, assim, não lido só com altas individualidades da política.
Não pretendo eximir-me a responsabilidades. O assunto é complexo e delicado, de modo que uma simples enumeração de nomes nada adiantaria. V. Ex.ª ficava sem saber nada.
Conheço o processo como os meus dedos, e é o meu conhecimento dêle e a ignorância por parte da Câmara a seu respeito que me levam a dizer que só a comissão poderá ajuizar do alcance da minha afirmação.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente; a solução adoptada parece-nos a pior. Dela discordamos em absoluto, porquanto pior do que o facto de o Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo dizer os nomes julgamos ainda o de se não dizerem. Entendemos que o assunto devia ficar esclarecido, pelo menos em relação aos nomes, e lamentamos que a comissão se tenha