O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6
Diário da Câmara dos Deputados
nesta Câmara, e os factos dia a dia vêm mostrando que a razão estava do meu lado.
Essa medida não melhorou em nada a divisa cambial, como já demonstrou o Sr. Cunha Leal.
O crédito dos três milhões, destinados a auxiliar as indústrias na importação de matérias primas a longo prazo, não beneficiou a economia pública.
Segundo elementos que possuo, a utilização dêsse crédito foi prejudicial.
S. Ex.ª fechou-se dentro dos regulamentos da lei e o Sr. Portugal Durão quando chegou ao fim do ano económico disse: ou me aprovam já estas propostas ou retiro-me. E retirou-se, deixando a situação que encontrou muito pior.
Depois veio o Sr. Vitorino Guimarães e daquele lugar, cómodo para quem não quere fazer nada, nada fez e ao retirar-se deitou as culpas na situação para cima do Parlamento.
Sr. Presidente: é preciso saber-se que o Parlamento poucas modificações fez à lei orçamental è os créditos aprovados foram apresentados pelo Govêrno.
V. Ex.ª sabe como é fácil iludir a opinião pública por intermédio das comissões políticas.
Apoiados.
Todos sabem que depois da apresentação do Orçamento não se pode votar nenhum aumento de despesa sem o «concordo» do Sr. Ministro das Finanças, e o Sr. Vitorino Guimarães a tudo disse que sim, (Apoiados) e agora a culpa é nossa e não de S. Ex.ª
Saiu o Sr. Vitorino Guimarães e tomou conta da pasta o principal cozinheiro, é veio com o empréstimo de 6 1/2 por cento, empréstimo sem encargos para o Estado, e juntamente as propostas de finanças aqui aprovadas e feitas sôbre o joelho.
O Sr. Presidente: — Já passou o tempo destinado a V. Ex.ª falar antes da ordem do dia.
Vozes: — Fale! fale!
O Orador: — Se a situação do numerário era precária, pior ficou.
O empréstimo foi subscrito, mas não se abriu o pé de meia, mas apenas os depósitos bancários.
Eu gosto de pôr as cousas muito claras e não penso como muita gente que entende que os homens públicos têm de ser vadios e não podem ter outras, ocupações porque são incompatíveis.
O mal da República tem sido êsse, e assim muitas vezes vão socorrer-se dos monárquicos e inimigos da República, do forma que êsses inimigos depois fazem exigências a que temos de ceder porque êles têm nas mãos os instrumentos do riqueza.
Falando eu de créditos o circulação fiduciária alguém poderá segredar que eu exerço qualquer lugar.
Antes que alguém, segredando, o diga a toda a gente, eu declaro que em minha consciência a função que particularmente exerço é absolutamente compatível com a minha situação do Deputado e de Ministro que já desempenhei mais de uma vez.
Êste facto vem para dizer que tenho obrigação de conhecer um pouco os factos que deram origem a essa grande crise que se está desenvolvendo, principalmente na província, crise a que se manifesta indiferente o Sr. Ministro das Finanças, que é um cooperador de uma acção nefasta que em redor da República se está fazendo.
Toda a gente sabe que há um grupo financeiro em volta dos caminhos de ferro, toda a gente sabe que há um outro grupo para fazer uma concentração de casas bancárias, mas, Sr. Presidente, o Sr. Ministro das Finanças coloca-se no campo da neutralidade!
Eu exerço a minha actividade numa casa bancária, que passou horas difíceis, e se eu esperasse que o Estado a auxiliasse tinha morrido mais de mil vezes.
O comércio e a indústria assediavam o Sr. Ministro das Finanças, e o alvitre apresentado por S. Ex.ª, aquele que tudo resolvia, era o cheque escusado e tam escusado, que nem sequer chegou a sair da imaginação de S. Ex.ª
O Sr. Ministro das Finanças, que sabe muito bem a que ponto chegou a situação que nos criou com a operação do empréstimo, cujas despesas foram excedidas em muito pelas receitas votadas pelas últimas propostas; o Sr. Ministro das Finanças, que sente bem esta cousa alarmante de um Estado, que tem umas receitas aproximadas a 500 contos e uma despesa cer-