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Diário da Câmara dos Deputados
to para o estado em que nos encontramos.
O que eu posso garantir a V. Ex.ªs é que tenho deixado de dormir muitas noites, para que os outros as possam dormir, e por mais de uma vez tenho sacrificado a minha vida, para salvar a vida dos outros, isto conforme a Câmara sabe muito bem.
S. Ex.ª sabe tara bem tudo como eu; as suas fontes do informação são as mesmas. Eu tenho feito todo o possível para evitar a desordem o se não tenho podido medidas para praticar um acto supremo é porque o exemplo também não vem de cima. Hoje mesmo alguém que tem responsabilidades que já foi Presidente do Ministério como eu, proferiu palavras que só podem causar estranheza.
Uma voz: — Sossego só o dá o Govêrno.
O Orador: — Eu sei que tudo isto resulta da falta de união que há entre republicanos. do forma que se constituíssem dois grandes partidos.
O Sr. Brito Camacho: — Ainda bem. Ouço a V. Ex.ª a condenação do partido único.
O Orador: — Se houvesse ordem o união, já nós não ouviríamos aos monárquicos dizer certas cousas.
O Sr. Barros Queiroz entendeu que se deviam votar certas medidas, e S. Ex.ª, medindo as responsabilidades como homem público e homem de ordem, só proferiu aquelas palavras que devia proferir.
Não gosto de retaliações políticas, mas não posso ser como o tal mártir. Não sou o S. Jorge, mas para mártir S. Sebastião não tenho feitio nem capacidade. Receber as setas e dizer obrigado — isso não!
A votação de um dos orçamentos, pelo menos, assistiu a minoria nacionalista, e êsse não era o menor em algarismos. Pagaram-se também seis meses atrasados, e a República passou por esta vergonha de haver pessoas que preguntavam a que título iam receber êsses seis meses. Esta foi a maior condenação do que se votou, e é aí que os inimigos das instituições nos vêm atacar, preguntando como, não havendo dinheiro para pagar o mais urgente, se estabelecia a retroactividade para se pagarem os seis meses. Tive do ouvir isto com imenso desgosto.
Trocam-se vários àpartes.
O Orador: — Então, como hoje, eu tinha a responsabilidade da política geral do Gabinete e da pasta por onde corriam os assuntos do ordem pública, e quando no Senado me preguntaram se havia alguma pressão, que se dizia até de elementos militares, para se votar o aumento das subvenções, eu desmenti inteiramente tal atoarda.
Eu compreendo que as oposições usem dos meios constitucionais para herdar a posição, tanto mais que eu já declarei que considerava a votação das propostas rumo a última etapa da vida dêste Govêrno.
Interrupção do Sr. Carlos de Vasconcelos.
O Orador: — V. Ex.ª compreende que as propostas têm um determinado objectivo e os Govêrnos não são eternos.
Todavia, posso afirmar que êste Govêrno cumpriu quási totalmente o seu programa.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — V. Ex.ª não realizou absolutamente nada.
Desde o ano passado que estamos aqui a votar leis que não são cumpridas.
O Orador: — Sr. Presidente: como há pouco disse, nenhum dos ilustres oradores que usaram da palavra destruiu uma só que fôsse das afirmações que fiz, e certamente a Câmara recorda se de que lembrei que ela tinha um de dois caminhos: ou votar a regularização pelo processo que referi, ou estão pelas propostas do finanças.
Sr. Presidente: no que não vejo vantagem para ninguém é andar-se a tocar o sino grande das notas falsas, porque não só não dignifica nenhum regime como não resolve o problema.
Disse o repito: o Sr. Ministro das Finanças encontrou-se com toda a respon-